domingo, 8 de outubro de 2006

A propósito do post anterior...

A propósito do post anterior e do seguinte comentário que a Rosário aqui deixou: (Obrigado pela inspiração...)

“É um facto que, mesmo que a mulher não promova o homem a "salvador", ele autopromove-se sem ajuda. Nenhum dos meus dois ex-maridos foi príncipe, mas cada um deles, individualmente, se arvorou em meu salvador. Só nunca entendi de quê! Há também quem tenha o grande mérito de não ser salvador de ninguém.

rosário”

Foi-me chegando o seguinte texto, que agora é promovido a post, porque quando o escrevi fez-me todo o sentido e acho que para todos também poderá fazer... Aqui vai então:

"Interessante este teu ponto de vista... Nós somos seres individuais e não queremos ser salvos de alguma coisa ou de alguém... Temos uma aspiração comum a união ou a reunião com o TODO.

Mas nós já temos tudo para irmos fazendo essa ligação e quando chegar a hora o caminho já é conhecido - não há medo. Este caminho é de cada um e só o ser, no contexto da sua individualidade, o saberá reconhecer.

É verdadeiramente essa a beleza da vida e por isso ela é feita de escolhas. No fundo não há boas ou más escolhas... todas elas fazem parte desse caminho e todas elas devem ser assumidas tal como as suas consequências.

Muitos confundem-se no objectivo de vida... Dizem que procuram a felicidade e tentam encontrá-la com um outro ser... Não é bem assim, quando temos a oportunidade de ter um parceiro de jornada o que fica mais fácil (talvez) é a aprendizagem e o saber conhecer esse caminho.

Pode então perguntar-se em que fica essa nova forma de amor deste novo milénio?

Na minha reflexão eu diria que se situa na partilha que dois seres conseguem fazer neste processo de aprendizagem. Se este alinhamento de partilha e de trilha comum for completo (corpo, mente e alma) então esses dois seres têm uma relação de parceria efectiva e completa.

A magia do amor conjugal faz o resto. A sensação de extase e de plenitude invade-te a vida e tudo parece estar finalmente pacificado.


Mas cuida que todas essas sensações têm origem em ti e não no outro. O Amor tem de ser sentido em ti... e ao transbordar então vai criando-se a tal outra energia comum que ambos passam a sentir.

Tu és a fonte de todo o Amor que sentirás. No teu interior reside a sua origem - o tal amor incondicional. Ir em sua busca faz parte da caminhada.

A felicidade é ir sentindo esse mesmo amor em cada momento PRESENTE da nossa vida. Logo a felicidade não é o objectivo em si. Ela existe em ti em cada momento vivido no AGORA.

O amor conjugal é o expoente máximo que um ser não desperto pode ambicionar. Mas a REUNIÃO com o TODO, em que o amor conjugal faz parte desse caminho, é seguramente o objectivo. Este é o objectivo da nossa existência de co-criação. É este o objectivo de um ser consciente e ilumidado.

O amor conjugal, numa relação de parceria como explica ou autor do post, só acelera a nossa chegada ao destino. Promove essa Reunião e ao trocar-se as diversas manifestações de amor com são: o carinho, o afecto, a partilha e a sexualidade... entre outras... é muito bom porque na fisicalidade vamos sentindo a fluir a verdadeira essência da nossa manifestação Divina. O AMOR.

Usando uma metáfora poderá muito bem significar a diferença entre circular numa estrada estreita e numa auto-estrada.

Na perda sentimos o afastamento, a ausência destas manifestações de amor e a solidão. Se estivermos em contactos com o nosso interior a solidão não existe e o medo de ficar só muito menos.

Sempre que te sentires só cuida de ti, da tua auto-estima, entra em contacto contigo... e depois olha à tua volta e vais ver que não estás nunca só.

Por tudo isto procuram-se salvadores de quê? de quem?... E como tu dizes o mérito é descobrir que não só não precisamos de "salvadores" como de também de ser "salvos" e muito menos fazer de “salvadores” e fazer depender a nossa felicidade disso.

Quando ambos percebem que a relacção de parceria é uma relação de aprendizagem conjunta, alinhada pelas totalidade dos nossos corpos, então a sensação de dependência não existe, o apego não existe, os condicionalismos impostos não existem, as crenças (ou pre-conceitos) desaparecem. A vida flui no disfrute do momento presente e a sensação de conforto e plenitude passam a ser a nossa "auto-estrada" no caminho da vida.

Fica bem.


PS:- Se me premitires, embora esta seja uma resposta ao teu comentário acho que merece ser promovido a post.

É para mim uma evidência que é muito mais fácil escrever isto tudo do que levar à prática estas relações de parceria... e há várias razões para que isto acontece. A esperança reside em tomar consciência disto e tentar levar a vida assim... Seja com um parceiro ou não... "

Fiquem bem,

(A Mónada)

8 comentários:

Unknown disse...

Só hoje tomei consciência dste teu blogue. Deixaste um comentário no meu, ao sonho da Lília e, ao ler, vim conhcer-te.

Por outro lado, tenho a ideia de já cá ter estado, pelo familiar que me resultou. É um blogue atraente, com temas que me interessam.

Notei que o "Postais da Novalis" está lincado aqui na tua reduzida lista de linques de blogues. Notei também que o Anjo Dourado também está presente na lista dos sites.

Agradeço-te a generosidade.

Nos meus linques, no "Anel do Coração", já lá está o contacto desta tua casa. No próximo sábado, farei os agradecimentos públicos, como sempre faço.

Bem hajas,

António

Unknown disse...

Mónada,

Se quiseres, vai ver um post que fiz para ti.

Um abraço

(A Mónada) e MARLIZ disse...

Lucy e António: Obrigado pelos vossos comentários... eles estimulam-me a continuar. É sempre bom podermos partilhar conhecimento. Ambos ficam desde já convidados a colocar aqui algum post que acharem por bem.

Um abraço amigo para os dois.

Fiquem bem.

greentea disse...

vou voltar

mas hoje nao me apetece fazer comments

Anónimo disse...

Sinto-me contente por te ter inspirado, mas.... é que quanto mais dizes, mais esclareces, mais eu quero - preciso, necessito - saber.

Como se cada resposta fose uma nova pergunta!

Como se cada resposta, fosse mais um empurrão para a frente.

Obrigado.
rosario

Clotilde S. disse...

Também cheguei aqui pelos postais da Novalis. E em muito boa hora o fiz. Este post é surpreendentemente belo.Muito obrigada
Beijinhos

greentea disse...

penso que o amor, as formas de amar , actualmente, se alteraram porque ninguem pode viver em funçao do outro ou ninguem pode ser o salvador do outro;
isso poderia ter sido assim no outr seculo mas nao agora, ja nao resulta porque o mundo exterior evoluiu. O casal e um conjunto em que cada um tem a sua propria liberdade, autonomia, independencia e que por isso mesmo se estimam , se amam, vivem juntos, tomam decisoes conjuntas mas mantendo cada um as suas proprias caracteristicas - um nao assimila o outro, seria impossivel manter a relaçao, a menos que algum deles esteja doente

gostei deste blog, embora hoje nao esteja em gde forma para comments e como ha pouco me confundiram com uma tal psicologa e eu nao achei graça, ficarei por aqui
um beijo

Anónimo disse...

Então? O novo post? rsrrsrs

rosario