sábado, 24 de abril de 2021

Mergulhando em mim


Em meditação começo por acalmar o meu corpo denso e físico. Ele torna-se pesado, para que no momento seguinte já quase não o sinta.

Ganho consciência que este corpo é composto por milhares de milhões de células, cada uma delas sabendo muito bem o que fazer para que o corpo se mantenha saudável e não adoeça. Cada uma delas possuidora da energia que me anima. Cada delas sabendo e executando as funções que lhes estão acometida no orgão de que fazem parte. Cada uma delas dependendo das outras para sobreviver e manter-se viva. Cada uma delas consciente que sabe que um dia morrerá passando o testemunho de conhecimento a outra célula sua filha. Isto tudo para que eu me possas manifestar na fisicalidade do mundo material denso.

Mas que linda harmonia e melodia de amor que o meu corpo entoa!

Mas á medida que ganho consciência do imenso potencial de vida que o meu corpo tem, também me apercebo que este meu corpo é um veículo muito prefeito da minha presença. Assim, sinto-me amorosamente abraçado por ele, mesmo que por vezes me cause dor. Nessas dores ganho consciência das minhas limitações físicas e do caminho que devo seguir.

Mais profundamente entro em mim e observo os meus pensamentos, vejo como se desencadeiam e se formam. Contemplo a sensação que eles me vão causando. Ganho consciência que cada um deles tem uma razão de ser e que me tocam pelas emoções que me causam. Cada um deles tem uma existência efémera, mas que condicionam o sentir do meu Ser. É lindo a plena contemplação de cada forma de pensamento e de como eles estão ligados entre si formando o meu corpo mental, que se manifesta pelos traços da minha personalidade e a imagem que eu tenho de mim mesmo - o meu Ego.

Tal como as células do corpo, uma simples forma de pensamento sabe que tem vida efémera e que em breve morrerá, passando o testemunho a outra sua filha, que logo a seguir surgirá. Nessa sequência observo a energia que é liberta e a forma como se vai densificando em mim.

À medida que vou pacificando a minha mente, vou dando conta das emoções que vão ficando, elas próprias com uma forma própria e encadeando-se umas nas outras, dando origem a diferentes corpos emocionais. Alguns deles, se não fosse este “mergulho” que agora faço em mim, nunca seria capaz de reconhecer a sua importância nas minhas atitudes, na forma como comunico, na forma como ajo e como me relaciono com todas as outras pessoas.

É espantoso o sentir de cada uma das emoções, que nascendo a partir dos meus pensamentos se expandem dentro de mim e fluem por todo o meu ser, em explosões de energia e de vibração.

Sinto agora uma imensa serenidade, a minha actividade física está reduzida ao mínimo da sua própria sustentabilidade, os pensamentos são agora cada vez mais lentos e espaçados e por isso também o turbinar de emoções se torna assim.

Sinto-me em PAZ num quase vazio existencial.

Lá do fundo de mim sobe agora uma energia que a poderia definir como magnética, uma tal química que se torna tão difícil de explicar pois se posiciona entre o ventre e o coração, isto da memória que ainda retenho do corpo físico que já deixei para trás.

Estarei no domínio da minha alma? Pergunto-me.

É uma estranha sensação palpitante que me vai acendendo uma espécie de tela holográfica, que posiciono na testa, como se uma camara de projeção existisse no centro da minha cabeça e lá projectasse imagens. É encantador poder ter-se esta visão tridimensional e ao mesmo tempo ter-se uma sensação de leveza e de expansão do meu Ser que em muito extravasa os limites do corpo.

Começo a viver para além dessa tela, uma vivência no meu mundo passado, presente e futuro. Encontro-me com um Eu Superior, com diversas entidades e mestres que sempre achei tão distantes. Comunico e aprendo com eles, viajo para onde quero, crio e recrio sem qualquer restrição em plena abundância e sinto-me imensamente feliz.

Aqui neste estágio posso recorrer a memórias de mim nunca antes reveladas, reconheço aprendizagens já realizadas e recebo novos dons.

Mas indo ainda mais fundo, vejo uma LUZ e mergulho ainda mais e mais...

Vou sentindo uma imensa ternura, doçura e carinho... na medida em que começo a identificar-me com essa LUZ.

AMOR... IMENSO AMOR... tal como um FOGO ARDENTE... EU SOU

Sinto-me completamente inebriado...

Este sim SOU EU. EU SOU o que EU SOU.

AMOR ... do mais puro AMOR que alguma vez senti.

Aqui está o meu EU DIVINO... cheguei à minha mónada, à minha morada... enfim ao meu LAR.

Aqui dou entendimento ao contexto DIVINO e de que TUDO é UM SÓ e fico em plenitude e adoração...

De volta á fisicalidade reconheço que em cada irmão, em cada obra da criação, eu também Estou e Sou. A individualidade é uma ilusão. As diferenças são uma ilusão. Tudo está ligado e relacionado entre si... e fico assim...

Perdidamente encantado...

Queridos irmãos de LUZ, em verdade vos digo que no momento em que reconhecerem isto em vós, estarão a co-criar a NOVA TERRA em AMOR.

Fiquem bem em plenitude do sentir do AMOR Maior da vossa essência.

(A Mónada)

domingo, 18 de abril de 2021

A Pequena Alma e o Perdão


Hoje resolvi contar-vos a história de uma Pequena Alma que já tendo ganho consciência do que É, uma vez que sabe que é LUZ, decide SER o que É e pede ajuda a Deus para que lhe possa explicar como pode Ser o que É.

Deus explica-lhe que ser LUZ é Ser especial o que não é a mesma coisa do que ser melhor! Todas as Almas são especiais, cada uma à sua maneira. Ser especial é ser algo positivo e que possa emanar energia positiva para as outras Almas. Ser bondoso, criativo, paciente, generoso, prestável, etc. são as diversas formas de ser especial.

Mas esta Pequena Alma quer experienciar algo muito especial mesmo. Mas sendo LUZ e vivendo num “Sol” feito de pequenas luzes como a sua, não conhece a escuridão. Assim, Deus permite-lhe que ela possa viver envolta na escuridão para que assim possa brilhar intensamente e perceber a diferença.

A Pequena Alma quer experienciar o “Perdão” mas não sabe como pois não há ninguém a quem perdoar porque todas as Almas como ela são perfeitas. Foi então que se aproximou uma outra Alma Amiga que lhe disse:

– Eu posso entrar na tua próxima vida física e fazer qualquer coisa para tu me perdoares.
– Mas porquê? Porque é que farias isso? - Perguntou a Pequena Alma – Tu que és um ser tão absolutamente perfeito! Tu que vibras a uma velocidade tão rápida a ponto de criar uma Luz de tal forma brilhante que mal posso olhar para ti! O que é que te levaria a abrandar a tua vibração para uma velocidade tal que tornasse a tua Luz brilhante numa luz escura e baça? O que te levaria a ti, que danças sobre as estrelas e te moves pelo Reino de Deus à velocidade do pensamento, a entrar na minha vida e a tornares-te tão pesada a ponto de fazeres algo de mal?
– É simples – disse a Alma Amiga – Faço-o porque te AMO.

Então as duas Almas lá combinaram as coisas para que a Alma Amiga fizesse algo de “mau” para que pudesse ser perdoada pela Pequena Alma. A Pequena Alma está felicíssima e queria agradecer à sua Alma Amiga. Deus achou magnífico e comentou:

- A Alma Amiga é um verdadeiro Anjo na tua vida, mas nota que assim são todas Almas do meu Reino. Por isso lembra-te sempre – sorrindo - que não te envio senão Anjos.

A Pequena Alma como sabia que ia perder a memória e viver na dualidade do “bem e do mal”, do “quente e do frio”, do “alto e do baixo”, do “aqui e ali”, do “masculino e do feminino”, lembrou-se de perguntar à sua Alma Amiga:

- Como posso agradecer-te? O que posso fazer por ti?
- No momento em que eu te atacar e atingir – respondeu a Alma Amiga – no momento em que eu te fizer a pior coisa que possas imaginar, nesse preciso momento...
- Sim? - interrompeu a Pequena Alma.
- Lembra-te de Quem Realmente Sou.
- Oh! Não me hei-de esquecer! - exclamou a Pequena Alma – Prometo!
- Lembrar-me-ei sempre de ti tal como te vejo aqui e agora.
- Que bom! - disse a Alma Amiga – porque, sabes, eu vou estar a fingir tanto, que eu própria me vou esquecer e se não te lembrares de mim tal como eu sou realmente, eu posso também não me lembrar durante muito tempo. E se eu me esquecer de Quem Sou, tu podes esquecer-te de Quem És, e ficaremos as duas perdidas. Então, vamos precisar que venha outra Alma para nos lembrar às duas Quem Somos.
- Não vamos não! - prometeu outra vez a Pequena Alma - eu vou lembrar-me de ti! Eu vou agradecer-te por esta dádiva – a oportunidade que me dás de me experimentar como Quem Eu SOU.

E assim o acordo foi feito.

A Pequena Alma lá avançou para uma nova vida, entusiasmada por ser a LUZ, que era muito especial por Ser aquela parte a que se chama Perdão e assim esperou ansiosamente pela oportunidade de se experimentar como Perdão e por agradecer a qualquer outra Alma que o tornasse possível.

E, em todos os momentos dessa nova vida, sempre que uma nova Alma aparecia em cena, quer essa nova Alma trouxesse alegria ou tristeza - principalmente se trouxesse tristeza - a Pequena Alma pensava no que Deus lhe tinha dito...

Lembra-te sempre, - Deus aqui tinha sorrido - não te envio senão Anjos.

Resumo e adaptação do Livro “A Pequena Alma e o Sol” de Neale Donald Walsch

Lembrem-se sempre que Deus na nossa vida só nos envia Anjos para nos ajudarem a cumprir o que viemos experienciar Nesta Vida... e Perdoem! Perdoem Sempre!!!

Fiquem bem.

(A Mónada)

sexta-feira, 9 de abril de 2021

DOR


"Dor" - palavra comum e quem não a conhece, tenha ela que significado tiver, visto que ao longo dos nossos dias podemos experiênciar diversos tipos de dor.

Como forma mais conhecida e menos abstrata, podemos dizer, que a Dor é um fenómeno, que atinge todos seres de uma forma integral e multidimensional, que envolvem aspetos físicos, sensoriais e emocionais.

Por isso, quando referenciamos, aquilo que é considerado uma pequena dor, o que na verdade pode ser apenas isso, mas pelos comportamentos e atitudes que vimos assistindo no decorrer dos dias verificamos, que o seu significado pode ser bem mais profundo, na maioria dos casos, por trás, existem motivos de grande complexidade, que para a maioria dos seres ainda não foi atingido o grau de percepção necessário que lhes permita descodificar o sentido dessa dor, seja ela de que índole for,  como tal, também não foi reconhecido e consciencialmente trabalhado para que possa ser absorvido e consequentemente eliminado do nosso rol de sensações e comportamentos vivenciais e do nosso próprio crescimento espiritual.

Podemos dar diversos exemplos, do que nos vai acontecendo e vem sendo comentado por uns e por outros:
- Hoje tenho uma dor nas costas, que nem aguento! Sabes hoje senti uma dor tremenda quando percebi que não tinha procedido bem com um amigo… Pensando bem no percurso da minha vida, verifico agora a dor que sinto por ter perdido a oportunidade de ter perdido, tantos possíveis começos, em troca de meras ilusões. Sinto uma dor enorme, que não me larga, quando percebo a injustiça que ainda reina neste Mundo. Sinto uma dor tão grande, que vem do mais profundo do meu Ser, não sei a sua origem, nem a que vida pertence, mas ela reflete-se agora em mim. Será a minha Alma que não aguenta mais tanta dor?

Finalmente temos que ter em conta algumas considerações que se calhar nem nos lembramos de colocar a nós próprios:
- Será que todas estas situações, serão mesmo situações de dor verdadeira? Pois é aí que falhamos a maior parte das vezes, sem consciência das situações, porque na verdade, e na maioria dos casos , tratam-se de testes, (as ditas pedras no caminho), e muitas vezes desafios para que sejamos encorajados a fazer novas experiências na vida, que neste momento são importantíssimas para esta hora de mudança. Por isso estejamos atentos, bem ligados ao nosso Interior para percebermos sem enganos aquilo que realmente temos a fazer, e não nos deixarmos ir em falsos sofrimentos que só nos desviam  do nosso progresso, pessoal e espiritual.

A hora é de introspeção, até à chegada do Portal Maior, não se deixem envolver em falsos medos, recolham-se procurem a Paz e aproveitem para aumentar o vosso auto conhecimento, ele vai ser muito útil para vos ajudar nas escolhas perfeitas.

E sintam esta grande Verdade!

A MAIOR DOR É AQUELA QUE SENTIMOS QUANDO NÃO CONSEGUIMOS SER.

Fiquem na minha Paz

EU SOU A VOZ DO CORAÇÃO

EU SOU

MARLIZ

sábado, 3 de abril de 2021

Mais uma Páscoa em Confinamento...


Quem disse que este ano o Cristo não saía na Procissão
Se está vestido de branco, de azul ou de verde nos hospitais?

Quem disse que o Nazareno não pode fazer penitência,
se estão todos cuidando dos doentes nas salas das urgências.

Como que Jesus caído não se manifestará este ano?
Olhe você para os médicos que caem esgotados
como humildes cirineus ajudando a cada passo.
Cuidadores, enfermeiros, administradores lado a lado, sem descanso.

Tal como em Borriquilla passou Jesus pela terra.
Assim também os nossos heróis camionistas
passam a noite sem dormir
para abastecer mercados, nos bairros, farmácias, lojas.
O exército e a polícia patrulhando ruas desertas
e não estão com as suas famílias, mas cuidando das nossas.
E longe das cidades está Jesus Cristo, curvado sobre os sulcos da terra,
vai para o mar, num barco, e joga redes, cava poços e pastoreia. 

Ninguém diga que o Senhor não está presente nas ruas,
quando nas igrejas solitárias, sacerdotes celebram missa diariamente. 

Ninguém diga que o Crucificado
não vai sair em procissão este ano,
enquanto há uma boa voz chamando o que está preso.

Ninguém diga que o Poderoso não vai em sua caminhada,
enquanto tantas vidas orantes se oferecem e amam. 

Com cansaço nos olhos, com bom humor, sem falhar
também Cristo está presente em qualquer supermercado
repondo as prateleiras, ou junto da caixa, cobrando.

Jesus vem no camião que recolhe o lixo e se vai sem ser notado. 

Quando vejo tanta gente que os seus enterrou,
sinto que também saiu em procissão Nossa Senhora de Pietá,
a Virgem das angústias, com o seu filho no colo.
Embora todos nós tenhamos medo de passar pelo sepulcro,
aí está a fortaleza Daquele que venceu o mundo.

Talvez este ano não haja procissões com imagens esculpidas,
mas você vai ver que o Cristo irá ao encontro da sua vida,
em mil rostos escondido, sem velas e sem sinos.

E ainda que não haja procissões,
continuará sentindo o cheiro do incenso que oferece o seu povo bom.
O amor pula para fora do coração e jamais se fecha.

Será uma Semana Santa,
mais que nunca,
VERDADEIRA. 

Partilha de Monsenhor Carlos Castillo Mattasoglio, Arcebispo de Lima (Perú)

Bem Hajam todos aqueles que iluminados por Jesus trabalham nesta Páscoa para que a possamos vivenciar mais esta Páscoa em casa, sem que nada nos falte, e também desta forma mais singela contribuindo para a proteção nossa e a de todos...

Mais um ano em confinamento... Que seja o último e o primeiro do nosso renascimento interior para uma nova forma de viver em comunidade.

Fiquem bem

(A Mónada)