quarta-feira, 12 de setembro de 2007

A Dor, o Sofrimento e o Medo...

Óleo de Jean-Luc Bozzoli


Já em tempos aqui na NAVE abordámos a questão dos medos e do medo primordial que é o da morte mas não o tema da dor e do sofrimento que a eles estão ligados.


A dor, tal como o instinto, deve ser encarada como um sinal que nos é remetido por um dos nossos corpos, sejam eles: o físico, o emocional ou até mesmo o mental. Mal de nós se por qualquer circunstância não sentíssemos dor através de qualquer um destes corpos.

A dor é por isso algo que nos remete para o termos de reagir de forma absolutamente natural e espontânea, para a minimizar. O próprio corpo físico, saudável, reage assim, segregando endorfinas de forma a reduzir a dor física que nos molesta.


Deve-se por isso reconhecer que a dor é uma boa guia e que funciona como um alerta, de que algo não está bem e que alguma coisa temos que entender, trazer para a Luz da nossa Consciência e mudar, para que o quer que esteja a causar essa mesma dor passe e não volte.

Se a dor volta e demora a passar é porque ainda não entendemos ou não actuámos de forma a dar entendimento ao que a está a causar. E acreditem que há imensas coisas que nos podem provocar dor.

Alguém pode muito bem pensar agora nos doentes, que muitas vezes em estado terminal, sofrem de dor continuada e aguda. Ela manifesta-se com um sentir dilacerante e completamente insuportável e muitas vezes reagimos assim: - Afinal para que servem essas dores? Que mal é que fiz para as merecer? Porquê a mim? Afinal porque tenho de sofrer assim? Já não aguento mais!!!… - É o que se reflecte em nossas mentes, repetidamente, entre um gemido na Terra e um grito no Céu.

Surge a revolta, a não-aceitação, a impaciência e a irritação; e a dor avança implacável… Surge o medo de mais dor… O medo da dor acentua-a ainda mais e tendencialmente começamos a entrar na espiral da dor e do sofrimento… Mais dor, mais sofrimento e mais revolta…

Nessa altura talvez nos demos conta que afinal a aprendizagem seja…

A rendição absoluta e a aceitação da própria dor… não se trata de uma resignação, mas sim a transmutação desse processo de sofrimento atroz em Amor e Entrega.

É nessa altura que transcendemos a própria dor e o sofrimento desaparece. A dor continua lá, mas a entrega em amor à nossa Divina Presença transcende-a e leva-nos à presença de Deus e do seu AMOR INCONDICIONAL e UNIVERSAL.

O sofrimento desaparece por completo pois aprendemos a aceitar a dor e a sua entrega em AMOR. Sabemos enfim porque tivemos de passar por mais este obstáculo e ganhámos consciência de mais uma lição aprendida.

Nalguns casos assiste-se ao atenuar dessa dor, seja ela física, moral ou emocional e o processo de cura inicia-se.

A progressão e a evolução da nossa alma deu-se. Compreendemos que a dor é um sinal divino, que fazia parte do nosso plano evolutivo, e que nos colocou na presença do AMOR de DEUS. O sofrimento era apenas uma escolha errada.

Quem afinal deseja ou quer sofrer?

Todo este percurso é difícil e penoso, mas a fé e a esperança são as virtudes que nunca devemos perder. Acreditem que elas operam verdadeiros milagres.

Fiquem bem.

(A Mónada)

1 comentário:

Anónimo disse...

Verdade que toda a resistência cria dor e sofrimento e quando aceitamos e entregamos a dor desaparece...
Fé e Confiança geram Milagres...