"Enquanto
são jovens e têm saúde, os humanos nunca pensam no princípio de degradação que
trabalha insidiosamente neles e que, um dia, acabará por triunfar. Têm
tendência para acreditar que o mundo lhes pertence e que o futuro se abrirá
incessantemente diante deles. Que frustração a sua quando começam a sentir que
o mundo físico está a escapar-lhes! E eis que, nessa luta sem mercê que se
desencadeou neles entre o princípio de vida e o princípio de morte, alguns
querem reter a vida por todos os meios: lançam na batalha todos os recursos que
deveriam utilizar para se interiorizar, para se aprofundar, e perdem tudo.
Nós não viemos
à terra para aqui permanecermos eternamente jovens e de boa saúde, mas para
fazermos uma aprendizagem, para adquirirmos uma experiência. O sábio é aquele
que está consciente da curva do caminho e se esforça por utilizar tudo. No
mundo espiritual, a ascensão é ininterrupta. Aqui em baixo, faça-se o que se
fizer, pouco a pouco ver-se-á a testa e as faces ficarem com rugas, os cabelos
embranquecerem, os dentes caírem, etc. Mas é preciso compreender que isso não
tem grande importância se, por detrás dos cabelos brancos e das rugas, se
manifestar a irradiação da vida espiritual."
Mais um
excelente texto de Omraam Mikhaël Aïvanhov que nos refere um aspeto importante
da vida humana. Ela inclui dois portais muldimensionais no seu início e fim. O
primeiro, o do nascimento, é aquele que nos permite assumir um novo ciclo, ou
período, onde nos podemos expressar e cocriar na materialidade. Deixamos a
dimensão energética potencial de consciência, a dimensão espiritual, e
passamos, através de uma “fatiota biológica” muito perfeita e complexa, a poder
manusear, dar forma, criar na energia mais densa a que se convencionou de
chamar matéria. O segundo é o terminar deste período em que a nossa consciência
mais reduzida, a que está confinada ao corpo, se expande para fora desta mesma
dimensão material, devolvendo à Terra toda a matéria densa que a envolveu e
voltando ao seu estado natural na dimensão espiritual.
Ora este ciclo,
que em termos médios dura cerca de 80 anos terrenos, não é estático na medida
em que existe uma dinâmica evolutiva, na forma como a matéria se organiza para
dar vida ao corpo. De início, enquanto jovens temos muitas expectativas e sonhos
do que possa ser o nosso destino, vivemos muito para o futuro e no futuro. Com
o passar dos anos e à medida que o portal de desencarne se aproxima, tendemos a
ignorá-lo e a achar que dispomos da mesma energia física para realizar tudo o
que queremos. É aí que a nossa mente se volta para o passado e tendemos a
mantermo-nos lá e quando não nos é de todo possível o mesmo desempenho,
sentimo-nos imensamente frustrados.
A morte é fonte
de muito desconhecimento, mistério e medo. Afinal nunca ninguém morreu e voltou
para contar o que efetivamente existe do lado de lá. Relativamente a este
aspeto, não é bem verdade, pois existem muitos relatos e vivências documentadas
de EQM – Experiência de Quase Morte, que têm suficientes pontos em comum, para
podermos afirmar que existe vida depois da morte, em que vale a pena investir.
Como a única
coisa que não é perecível é a nossa alma, então como refere o autor deste texto,
há que dar a maior importância aos valores que proporcionam o evoluir das
almas, como sejam as virtudes que se devem cultivar, tendo sempre por baixo um
terreno que lhes seja fértil. Esse terreno é o AMOR Maior.
Só o sentir
desse AMOR é que permite uma verdadeira continuidade evolutiva da alma humana,
rumo à sua Mestria e Ascensão.
O corpo, a
persona (EGO) e todas as nossas posses e valores materiais que nos fizemos
rodear enquanto estivemos encarnados, irão desaparecer no momento do
desencarne. O que permanecerá é a memória do AMOR que sentimos e que expressamos,
e todos os ensinamentos que foram adquiridos, em forma de sabedoria, que se
irão constituir em LUZ da Consciência e Sabedoria Universal.
Todos nós somos
Seres Divinos. Todos somos imensamente Amados. Mas é necessário entendermos o
que verdadeiramente somos.
Fiquem bem
(A Mónada)
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