Muitas
artes marciais ensinam técnicas de auto defesa ou de defesa pessoal, e nos tempos
que correm são muitas as pessoas que procuram este tipo de técnicas para
aprenderem a defenderem-se perante a ameaça de potenciais agressores, como se
cada vez houvessem mais ou fossem até mais ferozes. Não será esta percepção apenas uma ilusão tua?
O
que é para nós o bem mais precioso? É a vida ou qualquer outra coisa? Será
esta devidamente preservada por todas estas técnicas, algumas delas milenares,
como se os próprios agressores não as pudessem conhecer também? E
para aqueles que as praticam será que as vêm de fato como arte de viver ou
apenas como um conjunto de técnicas de auto defesa e até de ataque?
A
todas estas perguntas devemos lembrar-nos o que nos foi ensinado por Jesus ou até
mais recentemente por Gandhi. A toda a agressão não devemos oferecer qualquer
resistência. Devemos antes dar profundo entendimento do que nos está a
acontecer, pois não existem acasos e se nos agridem é porque têm necessidade de
algo. Ninguém agride ninguém gratuitamente, só porque lhe apetece. Tem de haver
algo mais que o faça assumir tais comportamentos.
Então
o que deverei fazer? – perguntarão.
Primeiro
há que nos acalmarmos interiormente e pedir ajuda ao nosso mestre interno e aos
nossos anjos da guarda. Normalmente o agressor deverá estar ainda mais tenso ou
enervado que tu, pois não é normal que o faça repetidamente e se o está a fazer,
sabe que está também a arriscar-se de alguma forma. Assim, deverás incutir-lhe
alguma calma e nunca oferecer qualquer tipo de resistência por mais cinturão
negro que sejas.
Lembra-se
da história da cerejeira, que perante a força do peso da neve não oferece
qualquer resistência e por isso nunca quebra ao invés de outras árvores de
maior porte. Sê flexível e quanto muito usa a mesma energia que exercem sobre
ti. Mas o melhor é mesmo adaptares-te e cederes, tal como faz a cerejeira.
Se o
ato de agressão for um assalto dá o que tiveres, pois o teu bem mais precioso é
sempre a tua vida e deverás saber que em algumas sociedades o valor da vida
humana é muito baixo, por isso para o teu agressor ela pode não ter qualquer
valor. Se tiveres muita necessidade do dinheiro ou do bem que te querem roubar,
e se for caso disso, quanto muito tenta negociar, mas por nunca resistir.
Se o
ato de agressão assumir qualquer outro tipo de ação física, dá prioridade
sempre a preservar ao máximo a tua integridade consciencial e emocional e só
depois a física, devendo cuidar desta, protegendo-te, na medida em que tal te
for possível. Preservando a tua consciência e mantendo-te calmo, estarás sempre
em situação de vantagem, mantendo-te alerta para que no primeiro momento possas sair dessa situação.
Demonstrar
força não é reagir desmesuradamente mas antes tentar preservar supremacia
emocional e consciencial, através de uma consciência mais alargada, perante
aquele que te agride.
Mas
acima de tudo, lembra-te sempre que todos somos UM e que mesmo o teu agressor é
tão filho de Deus quanto tu. Por isso, sábio será sempre aquele que em todas as
circunstância preserva a sua Paz Interior e sabe que, em conflito, haverá
sempre alguma coisa a aprender e a amar.
Sê
compassivo pois só assim continuarás a sentir-te profundamente Amado.
Fica
bem...
(A
Mónada)
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