Se reparares bem como reages e pensas normalmente, relativamente
ao mundo que te rodeia, percebes que tudo gira em função dos teus interesses.
Podes por isso colocar-te a questão: Será que todo o Ser Humano funciona assim?
Assim é. Quase poderemos afirmar que toda a gente é egocêntrica,
para não dizer mesmo egoísta, deixando para este tipo de classificação quando
prejudicamos alguém com o propósito deliberado de beneficiar ou não prejudicar
o nosso Ego.
É verdade que este pode não ser o modo como gostaríamos de ser, mas
somos o que somos.
Mesmo quando estamos numa situação que julgamos altruísta, como
por exemplo quando nos sacrificamos pelos nossos filhos, repara bem que
normalmente o fazemos de acordo com a imagem que temos de nós mesmos, no que
deveria de ser uma boa mãe ou um bom pai. Provavelmente nem conseguiríamos viver
com a convicção que somos uma mãe ou um pai insatisfatórios. Por isso agimos
realmente para nós mesmos, tentando com isso beneficiar ou pelo menos não
prejudicar o nosso Ego.
Porque ajudarias tu aquele amigo? Talvez porque quisesses,
egoisticamente, assegurares-te que ele estará do teu lado se alguma vez
estiveres numa situação semelhante. Mesmo em situações mais extremas, se
arriscasses a tua vida para salvar um estranho, será que não o terias feito
para não quereres conviver com o fato de que poderias tê-lo salvo, mas que
foste muito cobarde para não teres agido?
Olha mesmo o que sentes quando achas que estás a fazer caridade e
verifica bem se por trás deste gesto, não se esconde uma forma de aliviar a
culpa de teres mais do que os outros, ou mais subtil ainda, medo de perderes o
que tens e depois não teres ninguém que te ajude também.
Sem desejar que entres por um caminho de autojulgamento e objeção, para com todos os gestos solidários e magnânimos que possas ter, sempre a todos
os níveis de louvar, lembra-te que existe uma Lei que diz que em todas as
circunstâncias precisas de dar para receber, mas por favor não o faças de forma
errada, adoptando conscientemente o egocentrismo ou até o egoísmo para ganhares
autoestima, pois os problemas também advêm das tuas expectativas de aprovação e
valorização.
Não se trata nunca de parar de ajudar os outros, mas por favor
para de representares o mártir ou o herói, procurando enganares-te a ti mesmo
sobre o real motivo pelo qual o fazes. No limite aceita que o fazes
conscientemente por esse motivo, pois isso já é uma forma de ultrapassares o
problema.
Só vais encontrar o teu Eu verdadeiro quando abandonares o falso,
aquele que acha que se vai sentir melhor quando assim agires. Aceitar o
fato de que ages sempre por interesse próprio faz parte da renúncia ao teu
falso eu.
Mas ainda mais importante de tudo é que o faças sentindo-te como
um verdadeiro instrumento Divino. Lembra-te que também tu podes ser tocado, no
teu coração, para realizares qualquer um
desses gesto, pela centelha Divina que existe dentro de ti, pois é dessa forma
que Deus se manifesta neste mundo, fazendo de ti um verdadeiro anjo encarnado.
Sente-te por isso mesmo sempre muito Amado.
Fica bem...
(A Mónada)
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