quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

Egoísmo ou Egocentrismo


Se reparares bem como reages e pensas normalmente, relativamente ao mundo que te rodeia, percebes que tudo gira em função dos teus interesses. Podes por isso colocar-te a questão: Será que todo o Ser Humano funciona assim?

Assim é. Quase poderemos afirmar que toda a gente é egocêntrica, para não dizer mesmo egoísta, deixando para este tipo de classificação quando prejudicamos alguém com o propósito deliberado de beneficiar ou não prejudicar o nosso Ego.

É verdade que este pode não ser o modo como gostaríamos de ser, mas somos o que somos.

Mesmo quando estamos numa situação que julgamos altruísta, como por exemplo quando nos sacrificamos pelos nossos filhos, repara bem que normalmente o fazemos de acordo com a imagem que temos de nós mesmos, no que deveria de ser uma boa mãe ou um bom pai. Provavelmente nem conseguiríamos viver com a convicção que somos uma mãe ou um pai insatisfatórios. Por isso agimos realmente para nós mesmos, tentando com isso beneficiar ou pelo menos não prejudicar o  nosso Ego.

Porque ajudarias tu aquele amigo? Talvez porque quisesses, egoisticamente, assegurares-te que ele estará do teu lado se alguma vez estiveres numa situação semelhante. Mesmo em situações mais extremas, se arriscasses a tua vida para salvar um estranho, será que não o terias feito para não quereres conviver com o fato de que poderias tê-lo salvo, mas que foste muito cobarde para não teres agido?

Olha mesmo o que sentes quando achas que estás a fazer caridade e verifica bem se por trás deste gesto, não se esconde uma forma de aliviar a culpa de teres mais do que os outros, ou mais subtil ainda, medo de perderes o que tens e depois não teres ninguém que te ajude também.

Sem desejar que entres por um caminho de autojulgamento e objeção, para com todos os gestos solidários e magnânimos que possas ter, sempre a todos os níveis de louvar, lembra-te que existe uma Lei que diz que em todas as circunstâncias precisas de dar para receber, mas por favor não o faças de forma errada, adoptando conscientemente o egocentrismo ou até o egoísmo para ganhares autoestima, pois os problemas também advêm das tuas expectativas de aprovação e valorização.

Não se trata nunca de parar de ajudar os outros, mas por favor para de representares o mártir ou o herói, procurando enganares-te a ti mesmo sobre o real motivo pelo qual o fazes. No limite aceita que o fazes conscientemente por esse motivo, pois isso já é uma forma de ultrapassares o problema.

Só vais encontrar o teu Eu verdadeiro quando abandonares o falso, aquele que acha que se vai sentir melhor quando assim agires. Aceitar o fato de que ages sempre por interesse próprio faz parte da renúncia ao teu falso eu.

Mas ainda mais importante de tudo é que o faças sentindo-te como um verdadeiro instrumento Divino. Lembra-te que também tu podes ser tocado, no teu coração,  para realizares qualquer um desses gesto, pela centelha Divina que existe dentro de ti, pois é dessa forma que Deus se manifesta neste mundo, fazendo de ti um verdadeiro anjo encarnado.

Sente-te por isso mesmo sempre muito Amado.

Fica bem...

(A Mónada)

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