"Imensas pessoas afirmam que
possuem a verdade! Elas ignoram que, para julgar isso, existem critérios
objetivos. Quem está em verdade distingue-se por diferentes qualidades, e
particularmente pela sua bondade, pela sua nobreza, pelo seu desapego a
interesses pessoais. Por isso, quando eu vejo alguém que afirma possuir a
verdade mas que alimenta em si ódios, é revanchista, vingativo, tenho vontade
de lhe dizer: «Pois bem, se isso é a verdade, não vale a pena fazer o menor
esforço para nos aproximarmos dela.» Mas os humanos raramente têm estes
critérios. Eles veem energúmenos pregar o ódio e a vingança em nome da verdade
e estão prontos não só a segui-los, mas também a imitá-los ao ponto de
cometerem crimes.
Nunca acrediteis em alguém que afirma
ter a verdade se ele não vos mostrar o seu diploma. E esse diploma não é um
pedaço de papel, é um diploma vivo que os sábios e até os espíritos da natureza
podem ler de longe, pois ele brilha, lança raios. Quando se encontra um ser
assim, tem-se a sensação de ser iluminado, aquecido, fortalecido. É como se se
assistisse a um nascer do sol."
Mais um belíssimo texto de Omraam
Mikhaël Aïvanhov que nos remete para duas perspetivas que devemos levar em
consideração.
A primeira – o que é a Verdade? Já
Platão nos ensinava, através da Alegoria da Caverna, que nós somos como
prisioneiro, enfiados numa caverna, em busca da luz da verdade, e onde apenas
conseguimos ver sombras daquilo que julgamos ser a Verdade e a Luz. Esta
Verdade absoluta e única só vamos verdadeiramente conhecê-la quando sairmos da
caverna e deixarmos de ser prisioneiros.
Assim, a Verdade não pode ser detida
por alguém na condição humana. Apenas poderemos sentir, tal como refere o texto
na sua parte final, que cada pessoa detém uma parte dessa verdade, sendo que
algumas delas brilham mais do que outras, ao viverem de forma integra a sua
verdade.
Por isso não devemos seguir nenhum
guru, pois o único verdadeiro guru que poderemos encontrar na vida é aquele que
vive no nosso coração. Obviamente que haverá seguramente muitos seres humanos
vivos e já desencarnados cujas vidas e obras nos inspiram e que se podem tornar
em nossos instrutores.
O que o autor do texto nos ensina é
como os poderemos distinguir dos outros.
É aqui que surge a segunda perspectiva
– A Integridade do Ser e as características que o tornam um exemplo a seguir.
Assim foi com Jesus em seu tempo e
com muitos outros que o seguiram nestes dois milénios após a sua morte.
Não há nada mais atraente que um Ser
que viva de acordo com a Verdade que lhe é ensinada pelo Amor Incondicional,
pela sua integridade e devoção a esta mesma essência Viva que nos faz brilhar,
lançar raios de sabedoria e Viver a vida em plenitude do mistério que esta
encerra. É desta essência Divina, que habita em cada um de nós, é que brotam as
virtudes que definem e caracterizam o Sábio.
Esses são aqueles que se sentem
sempre muito Amados, mesmo quando forem desacreditas, cruxificados e
rejeitados... ou até que “preguem para os peixinhos” como o caso do Fernando de
Bulhões antes de ser Santo António.
Fiquem bem
(A Mónada)
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