quarta-feira, 8 de julho de 2015

Ser Centrado


Particularmente nos tempos que correm, nem tudo corre bem necessariamente. Há sempre momentos em que nos sentimos mais vitalizados e outros em que uma espécie de mau estar parece surgir, nem que seja através de uma simples “neura” que teimosamente parece persistir.

Estes momentos menos bons acontecem porque a nossa natureza enquanto seres humanos é dual. Somos filhos de Deus Pai Cósmico e da nossa Mãe Terra. Precisamos de nos sentir mal para valorizarmos quando estamos bem e assim é com tudo ao longo da nossa vida encarnada. Mesmo até a nossa energia essencial é dual resultante da mescla de uma energia mais forte, poderosa e intensa – a Yang - que no ocidente classificamos como masculina e a outra mais suave, doce e muito mais criativa e criadora – a Yin – que igualmente classificamos como feminina.

É pois devido à nossa necessidade de experienciar as diferentes polaridades dos diversos atributos de tudo quanto constitui a nossa realidade material, que acabamos por atrair a adversidade e os obstáculos, que se poderão tornar em perdas, se teimarmos na negatividade que nessa altura normalmente se apodera da nossa mente e que depois se propaga para a nossa energia, acabando por se tornar magnética e atrair ainda mais perdas até que possamos despertar desse estado.

Para podermos ultrapassar estes momentos precisamos de nos centrarmos. De procurar dentro de nós essa mesma energia que nos dá força para tudo ultrapassar.

Ser centrado significa estar fisicamente relaxado, emocionalmente tranquilo, mentalmente ajustado e espiritualmente consciente. O nosso centro é a nossa essência interior, o nosso evoluído nível de consciência. A nossa personalidade é a nossa essência exterior, que foi construída de acordo com os condicionalismos da sociedade e da família. O Ego é a imagem de nós que essa mesma personalidade construiu, para que nos possamos individualizar dos outro seres e com o qual nos gostamos de identificar.

Voltando-nos de novo para o centro, recorde-se de algum momento em sua vida em que se sentiu centrado e tente lembrar-se de tudo sobre essa situação: que idade tinha, o lugar onde estava, como aconteceu e a forma como reagiu. Em seguida, traga de volta ao seu corpo a mesma sensação que teve nessa altura. Se há alguma imagem que possa ajudar a focalizar o sentimento, use-a para pôr as sensações em evidência. Desfrute plenamente dessa memória feliz, acolhedora, que lhe dá uma plenitude existencial difícil de descrever, durante o tempo que precisar, até se sentir completamente imbuído por ela.

Em seguida, veja-se de novo perante as situações difíceis que o têm perturbado muito, mas mantenha a consciência de seu centro e sinta-se em paz e harmonioso, apesar das circunstâncias indesejáveis.

Pratique a concentração: o uso regular desta forma de meditação pode ajudá-lo a elevar-se acima dos efeitos das emoções baseadas no medo.

Ao sair de toda a energia negativa que criou e em que se viu envolvido, vai ver que, quase como por magia, irá encontrar soluções e oportunidade para ultrapassar toda a adversidade e obstáculos. Aí sim compreenderá que o medo e todas as outras emoções negativas foram verdadeiramente os seus problemas e limitações.

Só assim voltará a amar e a sentir amado. Só assim retornaremos ao encanto do mistério que é a Vida.

Fiquem bem...


(A Mónada)

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