quinta-feira, 19 de maio de 2022

Conflitos


"A existência terrestre não passa de aparência e ilusão. Por isso, perante as dificuldades e provações que encontrais, deveis dizer para vós próprios:

«Na realidade, não é a mim que isto está a acontecer, é a alguém que não eu... Não sei a quem, mas, em todo o caso, não é a mim. Eu sou invulnerável, sou apenas um espectador.»

Tomemos como exemplo um actor de teatro. Todas as noites ele representa uma peça em que o seu inimigo mortal deita veneno no seu copo e ele morre. Mas, se vos acontece encontrá-lo no bar após a representação, vê-lo-eis a petiscar tranquilamente com o seu assassino: ele nem sequer receia que ele tenha vertido novamente veneno no seu copo. Então, por que não se há-de compreender que, salvaguardadas as proporções, na vida corrente se desenrolam os mesmos teatros?

Em vez de levardes tão a sério certas situações desagradáveis, dizei para convosco:

«Ah!, isto é teatro. Quando a peça tiver terminado, verei as coisas de um modo diferente.»

Se vos habituardes a raciocinar assim, já não sereis tão afectados pelos inconvenientes por que tereis de passar."


Texto de Omraam Mikhaël Aïvanhov

Comecei este post com mais um texto magnífico deste pensador. Realmente a maioria dos nossos conflitos em casa, no trabalho, no nosso grupo social, são menores se nos colocarmos no nosso lugar, enquanto seres de Luz que somos, e tivermos a consciência da dimensão Divina da nossa essência.

No seio da nossa Alma não há turbulências emocionais, não há palavras vãs que se lançam e que na maioria das vezes não tem expressão no nosso sentir, não há pensamentos críticos, objecções e julgamentos. Por isso dizemos que as Almas não discutem porque reconhecem-se como irmãs, fazendo parte do mesmo contexto Dívino.

Quem discute e entra em conflito afinal?

São os Egos claro, que mais não são que ilusões de Ser! Os Egos têm competências, criam imagens do que julgam ser, baseado em: estereótipos, crenças e mitos. Agrupam-se em clãs e constituem sociedades que se degladiam. É o grupo, a família, o partido político, a empresa, a igreja, a região… enfim, aglutinam-se até em nações e países. Tudo isto por causa de um pseudo "bem comum"… e lutam, combatem por eles…

Antes eram mais frequentes combates que punham em causa a sobrevivência e a integridade física. Hoje, nas sociedades ditas mais evoluídas, combate-se por palavras e emoções expressas… mas não deixam de ser combates altamente destrutivos também.

Mas será que devemos desistir de combater?

Eu diria que combater Sim… Claro que Sim… Mas não de defender o nosso o ideal ou o nosso propósito maior… com AMOR e mantendo-nos muito centrados na nossa Alma e com o sentir do nosso coração.

Como?

Representando os nosso papeis na vida como nos ensina o autor. Sabendo sempre que não passam disso. Simples papéis no imenso Teatro da nossa Vida Terrestre e tendo presente o que verdadeiramente somos, que é o mesmo que o nosso irmão é, m
esmo relativamente aqueles que nos quiserem agredir física e psicologicamente. 

Isto não significa que abdiquemos das nossas ideias… O que não podemos fazer é querer impô-las de alguma forma. Muitas vezes bastará, com muito AMOR, mudar o rumo ou dar a possibilidade do outro o fazer também, e se mesmo assim isto não resultar há sempre formas de conciliar as posições e encontrarem-se os caminhos que cada um deve seguir.

Olhai para todos os nossos irmãos de LUZ como fazendo parte dessa imensa LUZ que todos nós fazemos parte. Olhai para ele como um anjo que nos permite aprender novos níveis de tolerância, de Sabedoria, de AMOR Maior e concedei-lhe a ele e a si mesmo…

A imensa Graça do Perdão.


Este foi o ensinamento do Mestre Maior…

Vivam no sentir do AMOR do vosso coração e afastarão de vós toda a espécie de conflitos…


Fiquem bem

(A Mónada)

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