"Quantas vezes o amor entre
dois seres começa por uma troca de olhar! Eles encontram-se e, através desse
primeiro olhar que lançam um ao outro, sentem uma alegria pura como se bebessem
a água cristalina que desce dos cumes. É depois, porque eles querem aproximar-se
e fazer outras trocas, que as coisas começam a complicar-se e a obscurecer-se.
Não há melhores trocas do que aquelas que se faz pelo olhar.
Vós direis que é impossível alguém
contentar-se com olhares. Sim, é verdade que a maior parte das aventuras
amorosas dos humanos mostram isso. Mas quais são os homens e as mulheres que não
pensam com nostalgia nos primeiros olhares que trocaram, em todo o mundo
infinitamente poético que, naquele instante, se descobria perante eles?"
Mais um texto de Omraam Mikhaël
Aïvanhov que apela à nostalgia do encantamento do Amor Romântico. Designamos
assim ao amor que surge desta forma entre dois seres humanos ainda que todo o Amor que sentimos ao longo na nossa
vida é sempre Romântico, quando ele é verdadeiro, e representa o sentir da nossa
alma. Mesmo o amor a um filho pode ser romântico na perspectiva de um longo
romance de toda uma vida.
Mas o autor deste texto revela-nos
também o sentir desse mesmo amor como se tratasse de água pura e cristalina,
para seres que como todos nós somos, sequiosos nos sentirmos amados e de amar.
Mas tudo começa com uma simples troca de olhar, aquela que olha fundo e
penetrante, que procura encontrar a Alma do outro, a sua Essência Divina,
aquele EU SOU que EU SOU.
Depois vem aquela química, que
muitos chamam de um fogo ardente que não se vê e que arde no nosso peito. Algo
que depois se transforma num desejo de estar e descobrir o outro, nas
perspectiva da sua perfeição, na prospectiva das aprendizagens que iremos
realizar no relacionamento que vamos estabelecer com esse ser.
É depois que as coisas se complicam
na medida em que a perfeição não existe. Ela corresponde aos objectivos que a
nossa Alma determinou vir a aprender nesta vida e, por isso ela espelha-se na
outra sua irmã e procura na outra o que lhe falta ou o que precisa de saldar
para se redimir das suas sombras.
É por isso que nos apaixonamos. É
por isso que também nos desiludimos na medida em que essa perfeição que
buscamos no outro afinal não existe. Nessa alma vamos descobrir também as
nossas próprias imperfeições e na medida em que que a compreendemos e perdoamos
também vamos redimindo as nossas imperfeições e amando o que de mais belo essas
almas encerram.
É nesta fase que o mais belo sentir
do amor entre dois seres acontece. É o momento da criação. É o momento da
união. É o momento da evolução.
Amar é por isso parte integrante da
Vida e viver é todo o AMOR que sentimos ao longo de cada encarnação. Por isso esse primeiro olhar é tão encantador.
É tão magnético. É algo que dificilmente poderemos esquecer.
É o mesmo olhar que uma mãe tem para
o seu filho recém-nascido. É o olhar da Paixão. É o olhar mais inebriante e
mais intenso que há.
Deixai pois que a vossa Alma assim
se sinta, completamente apaixonada, completamente inebriante e com um sentir de
deslumbramento e mistério.
Este olhar é Divino e AMAR é afinal o mais belo que expressamos na vida.
Fiquem bem
(A Mónada)
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