quinta-feira, 17 de julho de 2014

O egocentrismo


Toda a gente é de alguma forma egoísta, não no sentido que normalmente damos a este termo quanto aos nossos comportamentos, mas mais no que nos vai verdadeiramente no nosso Ego. Todos agimos sempre por um qualquer interesse pessoal. Este não é o modo como gostaríamos de ser e agir, mas é o que é.

Vejamos um caso mais concreto. Quando por exemplo se sacrifica por um filho normalmente está o fazendo de acordo com a imagem que tem de si mesmo, de como deveria ser e agir um bom pai ou mãe. Provavelmente não conseguiria viver consigo mesmo se não observasse esses comportamentos padrão que a sociedade ou até os seus próprios pais lhe impuseram, muitas vezes sem ser de forma direta ou positiva. Reveja verdadeiramente as suas motivações, pois saiba que ajudando de determinada forma um filho poderá obstar a que ele possa verdadeiramente aprender e a saldar o seu carma, perante uma situação mais adversa.

Um outro exemplo trata-se da sua motivação que o leva a ajudar um amigo. Não será pelo fato de que gostaria que esse ou outro qualquer seu amigo o ajudasse se estivesse a viver as mesmas circunstâncias?

Numa outra situação mais extrema, se arriscasse a sua vida para salvar a de um estranho, não seria porque não suportaria viver com a convicção de que o poderia ter feito e não fez apelidando-se por isso de covarde e fraco?

Um outro exemplo é também a caridade que por vezes também ela esconde uma verdadeira intenção de aliviar a sua culpa de se achar que tem mais do que os outros e, também, o medo de perder o que tem.

Mas por favor, antes de terminar a leitura deste texto, não o rejeite porque simplesmente que acha que nenhuma destas seria a sua verdadeira motivação para todos os atos altruístas que realiza, pois não queremos que os deixe de realizar. Muito pelo contrário, queremos que eles representem para si uma verdadeira manifestação do amor que sente na sua alma.

Para tal analise bem o que sente quando acha que tem o “dever” de fazer algo. Veja se esse “dever” o considera como um dever de consciência a que se tem de submeter, como uma forma de “punição”, para expiar ou para contornar um qualquer medo que tenha. Se este for o caso é preferível que se liberte primeiro de todos estas emoções nefastas pois elas inibem que vivencie verdadeiramente o seu Amor.

Lembre-se também que neste mundo precisa de dar para receber, mas não adote esta forma de egoísmo errada, para ganhar auto-estima, pois muitos dos seu problemas advêm das suas expectativas de aprovação e valorização.

Não pare de ajudar os outros nem de realizar todas as obras que tem feito em prol de uma sociedade melhor e mais justa. Pare sim de se julgar e representar o mártir, e sobretudo de se enganar sobre os verdadeiros motivos e intenções pelos quais ajuda os outros.

Não se esqueça que só será capaz de encontrar o seu verdadeiro EU quando abandona esse falso eu.

O começar por simplesmente aceitar que normalmente age por interesse próprio já é um primeiro passo da renúncia ao seu falso eu.

Só por isso sinta-se verdadeiramente amado.

Fique bem


(A Mónada)

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