A Culpa é a principal forma de manipulação que as pessoas usam para induzir nas outras, particularmente em membros da sua família e em outras que lhes estão mais próximas.
Normalmente há apenas dois motivos para que alguém queira que se sinta culpado: ou para controlá-lo ou magoá-lo e obviamente que nenhum deles é digno de consideração. Nem tal comportamento pode expressar qualquer forma de amor mesmo que tenha as melhores das intenções.
Pense em alguns dos lugares comuns usados nas relações familiares para dar origem ao processo de culpa: “Como me podes tratar assim?” “Foi por tua culpa que fiquei aborrecido e não dormi bem!” “Fiquei à espera a semana inteira pelo teu telefonema mas nem sequer te lembraste de mim para me ligares uma única vez”… etc..
Mas se por causo, sendo alvo deste tipo de processo, e te sentires culpado, não comeces por acusar seja quem for, pois o único responsável és tu mesmo por permitires que alguém te manipule.
Há três espécies de culpa:
- A Culpa comum – como por exemplo a provocada por não passar tempo suficiente com os filhos ou não telefonar para os seus pais, tanto quanto acha que deveria;
- A Culpa duradoura – como por exemplo a culpa por abandonar o seu ex-companheiro(a) ou por se recusar a permitir que o seu pai ou mãe venha morar consigo;
- A Culpa filosófica – como o não pagamento das suas contribuições sociais, não participar em actos eleitorais ou outro qualquer dever de cidadania sobretudo quando acha que é sua responsabilidade fazê-lo.
No entanto, saiba que todo o processo de culpa se baseia num alerta que a nossa alma induz na nossa psique, sobretudo ao comparar o Amor que sente com os padrões sociais, crenças e mitos que tem impregnado no seu ego gerando uma emoção de grande desconforto que normalmente desencadeia um processo de auto-julgamento. Ao fazê-lo saiba que está a desperdiçar energia vital que o impedirá voltar à sua essência e resolver de vez o que o está a perturbar. O padrão normal é repetir o comportamento que induz a culpa e julgar-se.
Assim sendo, a culpa só deve servir para se doar a si próprio o tempo suficiente para equilibrar a emoção com o comportamento e posteriormente voltar-se a sentir bem consigo mesmo. Se mesmo assim achar que deve fazer algo mais sobre essa emoção, que no fundo é a mais inútil das emoções, então faça. Se não, arquive-a, rotulando-a de “experiência” ou até mesmo “aprendizagem”… e siga com a sua vida, livremente.
A Culpa só serve para corrigirmos o nosso caminho, sobretudo na forma como expressamos o amor… mais nada.
Os sentimentos de culpa pelo contrário afundam-nos e aprisionam-nos ao dever e às obrigações que normalmente os outros julgam poder impor-nos.
Não queremos com isto dizer que não cumpra com os seus compromissos, muito pelo contrário. Mas se o fizer, que não seja devido a esses sentimentos de culpa ou à manipulação de que foi alvo.
Faça-o sempre com o sentir do amor, expressando-o ao outro como um acto voluntário que a sua imensa compaixão o leva a realizar.
E AME… AME SEMPRE… E SINTA-SE IMENSAMENTE AMADO TAMBÉM.
Fiquem bem...
(A Mónada)
Texto adaptado e baseado no livro de Dick Sutphen – O óraculo interior.
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