quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

Ver para Crer ou Crer para Ver...


Os nossos olhos são simples câmaras que captam imagens que são convertidas em impulsos bioquímicos, que por sua vez são transmitidos ao cérebro que aí os descodificam. Mesmo assim nem tudo é revelado em nossa consciência. Só o que nos prende a atenção e que se sustenta no nosso sistema de crenças.

Mesmo assim nem todas as câmaras captam tudo, pois há níveis de frequência em que a energia vibra, que podem não ser captados pela tecnologia de retenção. Por exemplo a nossa retina não consegue captar tudo e por isso há sempre coisas que ficam completamente invisíveis à nossa percepção visual.

Por outro lado, e para os que confiam somente no que vêem, lembrem-se que a grande invenção dos irmãos Lumiére, o cimena, baseia-se na ilusão fisiológica da nossa retina, que exactamente ao reter as imagens durante algum tempo, permite que o nosso cérebro crie a ilusão da continuidade do movimento.

De facto a nossa visão é extremamente limitada quer em termos fisiológicos como psíquicos. Isto quer dizer que na prática só conseguimos ver o que queremos ver, e que este querer ver depende totalmente dos nossos sentimentos dominantes, das crenças e mitos que construímos.

Assim, a realidade a que muitos se referem para referenciar a verdade, de facto não existe pois não é absoluta e depende do que cada um consegue ver como tal.

No entanto, insistimos na velha crença: “Ver para crer” quando ainda não aprendemos que é exactamente ao contrário… “Crer para ver”. E vivemos anos nesta “doce” ilusão.

Insistimos em construir a nossa realidade só pelo que julgamos ver que por sua vez se baseia no que acreditamos e julgamos existir… Assim como poderemos mudar e aprender?

Se assim é, permite-me agora perguntar-te:

Se não crês em Deus como o poderás ver?
Se não acreditas no Amor como o poderás viver?
Se não acreditas no que és como poderás ser?
Se não acreditas em nada então é porque és completamente cego…

Por isso o Mestre disse um dia: O pior cego é aquele que não quer ver. Porque se mostra incapaz de ter a abertura suficiente para começar por acreditar no que não vê.

Já reparaste que todas as grandes criações e invenções humanas aconteceram porque os seus autores acreditaram antes de as ver? De facto todos eles foram visionários e viram as suas obras de criação com a sua visão interior, ou se quiseres, visualizaram-nas primeiro e acreditaram que assim se poderiam manifestar.

Nessa visão interior não há carência nem escassez. Simplesmente poderá existir o que tu quiseres que exista e para a veres apenas precisas simplesmente de acreditar. Ao acreditar a tua realidade muda e pode mudar tanto... que te poderá levar a admiráveis obras da criação.

Assim é o AMOR que já existe em ti e na tua essência Divina. Como assim?!?!?!... Ainda não o viste nem sentiste? Então o que te falta?...

Sente-te sempre profundamente AMADO.

Fica bem

(A Mónada)

sábado, 23 de janeiro de 2016

Em busca de Deus


"Mesmo os místicos afirmaram que procurar Deus, o Absoluto, é um processo longo, decepcionante, e que eles tinham muitas vezes a impressão de tatear no vazio. É verdade! Um ser que procura Deus pode ter a impressão de que está a debater-se no vazio; mas isso não passa de uma impressão e é preciso não desanimar.

Consideremos um exemplo: um homem cava um poço para ter água e saciar a sua sede. Ele não sabe a que profundidade vai encontrá-la e, nesta incerteza, poderia ser tentado a desistir. Mas ele tem a imagem, o reflexo, dessa água na sua mente, no seu coração, na sua alma. Ele vive com a ideia, o pensamento, a esperança, da água, e, embora essa água ainda não jorre fisicamente, nele já está a jorrar. Assim também, aquele que procura Deus, ainda que, aparentemente, nada tenha encontrado, trabalha com uma realidade muito poderosa que vive nele próprio. E pode dizer para consigo: «É certo que ainda não encontrei realmente Deus, mas Ele manifesta-se através dos meus pensamentos, dos meus sentimentos, dos meus desejos.» E esta esperança, esta fé, já é Deus… "

Mais um brilhante texto de Omraam Mikhaël Aïvanhov que nos mostra como devemos buscar Deus dentro de nós, comparando essa busca com a de um homem que desesperadamente cava, em busca de água. Também começa por nos dizer que por vezes essa busca pode ser decepcionante e pode levar-nos a acreditar que afinal Ele não existe e que os nossos esforços são em vão.

Porém precisamos de descobrir que assim será, sempre que nos esforçamos, pois Deus não se deixa ver pelo sacrifício, pelo esforço e pela dor. Deus não é nada disto e por isso, assim também nunca o poderemos ver e o que iremos encontrar é apenas o desalento do vazio, como também refere o autor.

Esta busca é um caminho que empreendeste há já muito tempo, pois independentemente de credo, confissão religiosa, crenças ou mitos, todos buscamos Deus pois Ele é não só o nosso criador, como também faz parte de nós, e por isso necessariamente iremos ser atraídos para nos juntarmos a ele em algum momento do nosso percurso.

Desta forma o nosso caminho deve ser naturalmente simples e prazeroso, atento a todos os sinais e sensível a todas as energias que em cada momento se vão manifestando, focados no momento presente, no nosso propósito e nas escolhas que fazemos, sem nunca perdermos a esperança de um dia estar perante Ele, pois seguramente isso acontecerá.

Só assim, através de mantermos a nossa mente e o nosso ego focados no sentir do nosso coração e do nosso Amor, é que sentiremos que verdadeiramente Deus afinal se manifestou e manifesta sempre através de nós. Ele é omnipresente na nossa vida, quer queiramos quer não, por isso qualquer esforço que façamos para o encontrar é por isso também inútil.

Porém, o Amor que sentimos não, todas as manifestações desse mesmo Amor expressas em bem-aventuranças que aprendemos também não, pois tudo isto são manifestações del’Ele.

Deus é AMOR, do mais puro e esplendoroso que Ele possa Ser, e só por isso tudo o que ele criou é perfeito.

Tu e Eu somos Deus manifestando-nos nesta realidade e só sentindo-nos sempre muito Amado é que voltaremos a sentirmo-nos plenos e Unos com Ele.

Fica bem

(A Mónada)

terça-feira, 19 de janeiro de 2016

A CULPA


A Culpa é a principal forma de manipulação que as pessoas usam para induzir nas outras, particularmente em membros da sua família e em outras que lhes estão mais próximas.

Normalmente há apenas dois motivos para que alguém queira que se sinta culpado: ou para controlá-lo ou magoá-lo e obviamente que nenhum deles é digno de consideração. Nem tal comportamento pode expressar qualquer forma de amor mesmo que tenha as melhores das intenções.

Pense em alguns dos lugares comuns usados nas relações familiares para dar origem ao processo de culpa: “Como me podes tratar assim?” “Foi por tua culpa que fiquei aborrecido e não dormi bem!” “Fiquei à espera a semana inteira pelo teu telefonema mas nem sequer te lembraste de mim para me ligares uma única vez”… etc..

Mas se por causo, sendo alvo deste tipo de processo, e te sentires culpado, não comeces por acusar seja quem for, pois o único responsável és tu mesmo por permitires que alguém te manipule.

Há três espécies de culpa:

  1. A Culpa comum – como por exemplo a provocada por não passar tempo suficiente com os filhos ou não telefonar para os seus pais, tanto quanto acha que deveria;
  2. A Culpa duradoura – como por exemplo a culpa por abandonar o seu ex-companheiro(a) ou por se recusar a permitir que o seu pai ou mãe venha morar consigo;
  3. A Culpa filosófica – como o não pagamento das suas contribuições sociais, não participar em actos eleitorais ou outro qualquer dever de cidadania sobretudo quando acha que é sua responsabilidade fazê-lo.


No entanto, saiba que todo o processo de culpa se baseia num alerta que a nossa alma induz na nossa psique, sobretudo ao comparar o Amor que sente com os padrões sociais, crenças e mitos que tem impregnado no seu ego gerando uma emoção de grande desconforto que normalmente desencadeia um processo de auto-julgamento. Ao fazê-lo saiba que está a desperdiçar energia vital que o impedirá voltar à sua essência e resolver de vez o que o está a perturbar. O padrão normal é repetir o comportamento que induz a culpa e julgar-se.

Assim sendo, a culpa só deve servir para se doar a si próprio o tempo suficiente para equilibrar a emoção com o comportamento e posteriormente voltar-se a sentir bem consigo mesmo. Se mesmo assim achar que deve fazer algo mais sobre essa emoção, que no fundo é a mais inútil das emoções, então faça. Se não, arquive-a, rotulando-a de “experiência” ou até mesmo “aprendizagem”… e siga com a sua vida, livremente.
A Culpa só serve para corrigirmos o nosso caminho, sobretudo na forma como expressamos o amor… mais nada.

Os sentimentos de culpa pelo contrário afundam-nos e aprisionam-nos ao dever e às obrigações que normalmente os outros julgam poder impor-nos.

Não queremos com isto dizer que não cumpra com os seus compromissos, muito pelo contrário. Mas se o fizer, que não seja devido a esses sentimentos de culpa ou à manipulação de que foi alvo.

Faça-o sempre com o sentir do amor, expressando-o ao outro como um acto voluntário que a sua imensa compaixão o leva a realizar.

E AME… AME SEMPRE… E SINTA-SE IMENSAMENTE AMADO TAMBÉM.

Fiquem bem...

(A Mónada)

Texto adaptado e baseado no livro de Dick Sutphen – O óraculo interior.

terça-feira, 12 de janeiro de 2016

O bordado da Psique



"Existem bordados tão magníficos que são expostos em museus. Mas, entre aqueles que vão admirá-los, quantos sabem interpretar o que são o tecido, a agulha, o fio, as figuras do desenho?

O tecido é o princípio feminino, a matéria sobre a qual a agulha trabalha. A agulha é a vontade, o princípio feminino que guia o fio; e o fio é o pensamento. Ao trabalhar sobre o tecido, a agulha, na qual estão enfiados fios preciosos ou vulgares, coloridos ou descoloridos, sólidos ou pouco resistentes, cria figuras encantadoras ou medíocres.

O tecido pode ser muitas coisas: o nosso corpo físico, por exemplo. Levado pela vontade, o pensamento trabalha, borda, e as imagens aparecem: são as formas do corpo, as linhas do rosto, a expressão dos olhos, que contam toda a história de uma vida. "

Mais um texto maravilhoso de Omraam Mikhaël Aïvanhov que nos ensina, através da alegoria do bordado, como funciona a nossa Psique. Vejam pois como poderão tecer os mais maravilhosos bordados que cada um poderá ser através do ato de cocriação.

Sim! Cada um de nós pode escolher a obra de arte que quiser ser bastando para isso escolher em cada momento os seus pensamentos. Por razões que se prendem com a nossa educação, as nossas raízes socioculturais e as experiências do passado, somos normalmente assolados por pensamentos negativos, isto sem entrar em consideração com os níveis do inconsciente e subconsciente que constituem a nossa Psique.

A nossa Psique é como um imenso iceberg, como diria Sigmund Freud, em relação à qual só conseguimos dar-nos conta do que aflora à nossa consciência. No entanto, os nossos diversos estádios emocionais são condicionados pelas imensas formas de pensamentos que se encontram memorizados nos níveis do subconsciente e inconsciente. É pois através nos nossos sentimentos predominantes que nos damos conta de como está o nosso iceberg, que é o mesmo que dizer do nosso "bordado", ao juntarmos a nossa energia etérica física e o nosso corpo material.

A questão que se coloca é de como podemos nós alterar ou aceder ao que não aflora ao nosso consciente?

De facto a imagem do iceberg de Freud não é a melhor para representar alegoricamente a nossa Psique. Talvez a melhor imagem possa ser uma enorme massa de energia fluida que através de movimentos de convexão permite ir aflorando ao nosso nível do consciente algumas coisas que encontrando-se memorizadas, podemos sempre ir limpando e aperfeiçoando.

Umas das formas mais eficazes de irmos sondando a nossa Psique é através da Meditação, a outra é tornando conscientes os nossos sonhos, encontrando significado para eles. Este são possíveis caminhos de autoconhecimento rumo à nossa essência que nos permitirá sempre vibracionar a nossa Psique e ir melhorando.

No entanto não são os únicos. A nossa constante observação dos nossos pensamento permite-nos também ir mudando e escolhendo quais as formas que melhor nos servem em função do que estamos a vivenciar em cada momento, não permitindo que estes pensamentos vagaiem no futuro onde residem os nossos medos ou no passado onde residem as nossas culpas e os nossos pesares.

Outro ponto de observação reside nos nossos sentimento e emoções. Cada pensamento provoca determinadas emoções que por sua vez se transformam em sentimentos, os quais são mais continuados. Ao observar esses sentimentos ou estados emocionais, poderemos sempre ir seguindo a forma como eles condicionam os nossos pensamento e comportamentos.

É fácil estar sempre neste estado de alerta e prontidão, nestes diversos pontos de observação? Claro que não...

Mas se queremos construir em nós uma Psique linda tal como o "bordado" que nos refere Aïvanhov, há que começar a trabalhar desta forma e ir recorrendo à reprogramação da nossa mente que iremos abordar em próximos postes.

Até lá vamos vivendo cada vez mais ciente do que somos e sobretudo do que não somos. Nós não somos os pensamentos que temos... nós somos a essência Divina que habita em nós.

Por isso sintam-se sempre muito amados e ao sentirem-se assim, a vossa vibração vai mudando e a vossa vida também.

Fiquem bem...

(A Mónada)

sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

Superação


"Nunca se sabe o que pode levar certos seres a superarem-se. Por vezes, eles não têm nem a coragem, nem poder para fazer qualquer coisa por eles mesmos, mas o desejo de ajudarem uma outra pessoa, de a socorrer, desencadeia uma energia de que eles não tinham ideia.

Havia uma certa mulher que estava paralisada. Há anos que ela quase não se mexia. Mas, numa noite, desencadeou-se um incêndio lá em casa. O filho dessa mulher, que dormia noutro quarto, estava em perigo e não havia ali ninguém para intervir. Então, subitamente, ela levantou-se e foi buscar o filho. Ao saberem disso, os vizinhos não conseguiam acreditar. No entanto, era verdade: o seu amor pelo filho tinha sido mais forte do que a paralisia. Por isso, amai! O vosso amor dar-vos-á a inteligência para saberdes o que deveis fazer e a força para o realizar. Pensais que não tendes saber nem poder? Amai! O saber e o poder virão."

Mais um belíssimo texto de Omraam Mikhaël Aïvanhov que ilustra o poder do Amor nos processos de Superação.

No entanto, há que ter em atenção o poder da mente. Esta quando impulsionada pelo Amor torna-se una com o Divino e é aí que se desencadeiam os verdadeiros milagres de poder pessoal.

Devido há negatividade que se vai instalando, ao longo do tempo e durante as nossas vidas, é a perda do poder pessoal e os bloqueios que se vão constituindo em crenças limitadoras. Começa por se achar que não se consegue mas ainda se vai realizando alguma coisa até que deixamos de conseguir mesmo.

Tudo isto vamos permitindo que aconteça sem nos apercebermos que somos nós próprios que nos condicionamos, com formas de pensamento como por exemplo: “Eu não sei se sou capaz” ou “Eu não sei se consigo”. Com elas vamos elaborando uma espécie de programação mental que na prática assume: “Eu não sou capaz” ou “Eu não consigo” e que vai tomando conta dos nossos processos diários até que o bloqueio ou a limitação se tornam um facto na nossa vida, fazendo com que, no limite, não possamos aspirar mais a atingir os nossos desejos e objectivos.

Com isto normalmente surgem o desânimo, a ansiedade e a finalmente a depressão. Infelizmente estes mecanismos de perda de autoestima e de vontade  fazem parte atualmente da condição humana nas sociedades. O problema principal é que normalmente procuramos culpados das nossas misérias no passado e projetamos medos continuamente para o nosso futuro, entramos num ciclo vicioso muito complicado. Pois o medo de falhar e de não conseguir é o que mais nos paralisa.

Ora o que nos ensina Aïvanhov é que há um caminho de retorno. A isto chama-se de Superação e na sua base está o restabelecimento do fluxo do AMOR em nós. Não precisamos necessariamente de ser impulsionados pelo Amor a um filho, numa situação extrema como ilustra este autos, pois o Amor é a nossa essência.

É neste Amor que se torna necessário fazer renascer a vontade de mudança, para que possa renascer depois também a força de vontade, para que nos possamos ir superando aos poucos e poucos, até que o que nos parecia impossível aconteça.

Lembrem-se que existe em cada um de nós e nas nossas próprias células, uma imensidade de energia que, una com o Amor e com a Fé, remove montanhas.

Sintam-se por isso sempre muito Amado para que possam sentir o renascer do poder desse mesmo Amor.

Fiquei bem...


(A Mónada)

segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

A Sabedoria do nosso Corpo...

Nenhum destes pontos é uma aspiração espiritual; são factos da vida quotidiana, ao nível das suas células.

1- Objectivo mais elevado: Cada célula do seu corpo aceita trabalhar para o bem-estar do todo; o seu bem-estar individual surge em segundo lugar. Se necessário, morre para proteger o corpo, e muitas vezes assim é - o tempo de vida de qualquer célula é uma fracção do nosso próprio tempo de vida. As células da pele morrem aos milhares, a cada hora, o mesmo acontecendo com as células imunitárias que combatem os micróbios invasores. O egoísmo não constitui uma opção, mesmo que se trate da própria sobrevivência de uma célula.


2- Comunhão: Uma célula mantém-se em contacto com to­das as outras células. As moléculas mensageiras acorrem a toda a parte para comunicar aos recantos mais afastados do corpo qualquer desejo ou intenção, por mais ténue que seja. Retrair-se e recusar-se a comunicar não constituem opções.


3- Consciência: As células adaptam-se, momento a momento. Mantém-se flexíveis para poderem responder a situações imediatas. Ficar preso a hábitos rígidos não constitui uma opção.

4- Aceitação: As células reconhecem-se umas as outras como igualmente importantes. Cada função do corpo esta interdependente de todas as outras.
Desempenhá-la sozinho não constitui opção.



5- Criatividade: Embora cada célula tenha um conjunto de funções únicas (as células do fígado, por exemplo, podem desempenha­r cinquenta tarefas diferentes), estas conjugam-se de formas criativas. Uma pessoa pode digerir alimentos que nunca comeu antes, ter pensamentos que nunca lhe ocorreram, dançar de uma forma que nunca antes se viu. Agarrar-se a um velho comportamento não constitui opção.


6- Ser: As células obedecem ao ciclo universal de repouso e acti­vidade. Embora este ciclo se expresse de muitas formas, como as flutuações dos níveis hormonais, da pressão arterial e dos ritmos digestivos, a expressão mais óbvia é o sono. Por que razão pre­cisamos de dormir continua a ser um mistério para a medicina e, no entanto, surge a disfunção total se não gozarmos dos seus benefícios. No silêncio da inactividade, o futuro do corpo está em incubação.
Ser obsessivamente activo ou agressivo não constitui uma opção.


7- Eficiência: As células funcionam com o mínimo gasto possível de energia. Por norma, uma célula armazena apenas três se­gundos de alimento e oxigénio dentro da sua membrana celular. Confia plenamente em que tomarão conta dela.
Um consumo excessivo de alimentos, ar ou agua não constitui uma opção.



8- Ligação: Devido à sua herança genética comum, as células sabem que são fundamentalmente iguais. O facto de as células do fígado serem diferentes das do coração, e de as células mus­culares serem diferentes das cerebrais, não nega a sua identidade comum e esta e imutável. Em laborat6rio, uma célula muscular pode ser transformada geneticamente numa célula cardíaca recorrendo à sua fonte comum. As células saudáveis permanecem ligadas à sua fonte independentemente do número de vezes que se dividam. Para elas, ser um proscrito não constitui uma opção.


9- Dar: A actividade primária das células é dar, o que mantém a integridade de todas as outras células. Um empenhamento total em dar torna automático o receber - e a outra metade do ciclo natural. O açambarcamento não constitui uma opção.


10- Imortalidade: As células reproduzem-se para transmitirem os seus conhecimentos, experiência e talentos, não escondendo nada dos seus descendentes. É um tipo de imortalidade prática, submetendo-se à morte, no plano físico, mas derrotando-a, no plano não físico. O fosso entre as gerações não constitui uma opção.


Quando olho para tudo o que as minhas células aceitaram, será que não se trata de um pacto espiritual, em todos os sentidos da expressão? A primeira qualidade, procurar um objectivo mais elevado, é a mesma que as qualidades espirituais de renúncia e altruísmo.


Dar é o mesmo que devolver a Deus o que é de Deus. Imortalidade é o mesmo que a crença na vida depois da morte.


Todavia, os rótulos adoptados pela mente não constituem uma preocupação do meu corpo.

Para o meu corpo, estas qualidades são pura e simplesmente o modo como funciona a vida. São o resultado da expressão da inteligência cósmica, ao longo de biliões de anos, como biologia. O mistério da vida foi paciente e cuidadoso no processo de permitir que emergisse todo o seu potencial. Mesmo agora, o acordo tácito que mantém o meu corpo coeso produz a sensação de um segredo porque, segundo todas as aparências, esse acordo não existe.



Mais de duzentos e cinquenta tipos de células desempenham as suas funções diárias: as cinquenta funções que uma célula hepática desempenha são totalmente únicas, não se sobrepondo às funções das células musculares, renais, cardíacas ou cerebrais - todavia, seria ca­tastrófico se uma só dessas funções tivesse comprometida.


O mistério da vida encontrou uma forma de se expressar perfeita­mente através de mim.

Reveja uma vez mais a lista das qualidades e preste atenção a tudo o que é referido como "não constituindo uma opção": egoísmo, recusa em comunicar, viver como um proscrito, con­sumo excessivo, actividade obsessiva e agressão.



Se as nossas células não se comportam desta forma, porque o fazemos?


Porque é que a ganância é boa para nós e, no entanto, significa a destruição, ao nível das nossas células, onde a ganância é o erro cometido pelas células cancerosas? Porque permitimos que o consumo excessivo conduza a uma obesidade epidérmica, quando as nossas células medem ao nível da molécula o combustível que consumimos?


Como pessoas, ainda não renunciámos ao comportamento que mataria os nossos corpos num dia. Estamos a trair a nossa sabedoria corporal e, o que é pior, estamos a ignorar o modelo de uma vida perfeita que existe dentro de nós.”

In O livro dos Segredos, Deepak Chopra, 2005


Pensem como seria se fossemos assim na sociedade, nas nossas organizações e até na nossa família...

Fiquem bem.

(A Mónada)