"Existem bordados tão magníficos que são expostos em
museus. Mas, entre aqueles que vão admirá-los, quantos sabem interpretar o que
são o tecido, a agulha, o fio, as figuras do desenho?
O tecido é o princípio feminino, a matéria sobre a qual a
agulha trabalha. A agulha é a vontade, o princípio feminino que guia o fio; e o
fio é o pensamento. Ao trabalhar sobre o tecido, a agulha, na qual estão
enfiados fios preciosos ou vulgares, coloridos ou descoloridos, sólidos ou
pouco resistentes, cria figuras encantadoras ou medíocres.
O tecido pode ser muitas coisas: o nosso corpo físico, por
exemplo. Levado pela vontade, o pensamento trabalha, borda, e as imagens
aparecem: são as formas do corpo, as linhas do rosto, a expressão dos olhos,
que contam toda a história de uma vida. "
Mais um texto maravilhoso de Omraam Mikhaël Aïvanhov que nos
ensina, através da alegoria do bordado, como funciona a nossa Psique. Vejam
pois como poderão tecer os mais maravilhosos bordados que cada um poderá ser
através do ato de cocriação.
Sim! Cada um de nós pode escolher a obra de arte que quiser
ser bastando para isso escolher em cada momento os seus pensamentos. Por razões
que se prendem com a nossa educação, as nossas raízes socioculturais e as
experiências do passado, somos normalmente assolados por pensamentos negativos,
isto sem entrar em consideração com os níveis do inconsciente e subconsciente
que constituem a nossa Psique.
A nossa Psique é como um imenso iceberg, como diria
Sigmund Freud, em relação à qual só conseguimos dar-nos conta do que aflora à
nossa consciência. No entanto, os nossos diversos estádios emocionais são
condicionados pelas imensas formas de pensamentos que se encontram memorizados
nos níveis do subconsciente e inconsciente. É pois através nos nossos
sentimentos predominantes que nos damos conta de como está o nosso iceberg, que
é o mesmo que dizer do nosso "bordado", ao juntarmos a nossa energia
etérica física e o nosso corpo material.
A questão que se coloca é de como podemos nós alterar ou
aceder ao que não aflora ao nosso consciente?
De facto a imagem do iceberg de Freud não é a melhor para
representar alegoricamente a nossa Psique. Talvez a melhor imagem possa ser uma
enorme massa de energia fluida que através de movimentos de convexão permite ir
aflorando ao nosso nível do consciente algumas coisas que encontrando-se
memorizadas, podemos sempre ir limpando e aperfeiçoando.
Umas das formas mais eficazes de irmos sondando a nossa
Psique é através da Meditação, a outra é tornando conscientes os nossos
sonhos, encontrando significado para eles. Este são possíveis caminhos de
autoconhecimento rumo à nossa essência que nos permitirá sempre vibracionar a
nossa Psique e ir melhorando.
No entanto não são os únicos. A nossa constante observação
dos nossos pensamento permite-nos também ir mudando e escolhendo quais as
formas que melhor nos servem em função do que estamos a vivenciar em cada
momento, não permitindo que estes pensamentos vagaiem no futuro onde residem os
nossos medos ou no passado onde residem as nossas culpas e os nossos pesares.
Outro ponto de observação reside nos nossos sentimento e
emoções. Cada pensamento provoca determinadas emoções que por sua vez se
transformam em sentimentos, os quais são mais continuados. Ao observar esses
sentimentos ou estados emocionais, poderemos sempre ir seguindo a forma como
eles condicionam os nossos pensamento e comportamentos.
É fácil estar sempre neste estado de alerta e prontidão, nestes diversos pontos de observação? Claro que não...
Mas se queremos construir em nós uma Psique linda tal como o
"bordado" que nos refere Aïvanhov, há que começar a trabalhar desta
forma e ir recorrendo à reprogramação da nossa mente que iremos abordar em
próximos postes.
Até lá vamos vivendo cada vez mais ciente do que somos e sobretudo
do que não somos. Nós não somos os pensamentos que temos... nós somos a
essência Divina que habita em nós.
Por isso sintam-se sempre muito amados e ao sentirem-se
assim, a vossa vibração vai mudando e a vossa vida também.
Fiquem bem...
(A Mónada)
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