domingo, 15 de abril de 2012

O Bordado da Psique



"Existem bordados tão magníficos que são expostos em museus. Mas, entre aqueles que vão admirá-los, quantos sabem interpretar o que são o tecido, a agulha, o fio, as figuras do desenho?

O tecido é o princípio feminino, a matéria sobre a qual a agulha trabalha. A agulha é a vontade, o princípio feminino que guia o fio; e o fio é o pensamento. Ao trabalhar sobre o tecido, a agulha, na qual estão enfiados fios preciosos ou vulgares, coloridos ou descoloridos, sólidos ou pouco resistentes, cria figuras encantadoras ou medíocres.

O tecido pode ser muitas coisas: o nosso corpo físico, por exemplo. Levado pela vontade, o pensamento trabalha, borda, e as imagens aparecem: são as formas do corpo, as linhas do rosto, a expressão dos olhos, que contam toda a história de uma vida. "

Mais um texto maravilhoso de Omraam Mikhaël Aïvanhov que nos ensina, através da alegoria do bordado, como funciona a nossa Psique. Vejam pois como poderão tecer os mais maravilhosos bordados que cada um poderá ser através do ato de cocriação.

Sim! Cada um de nós pode escolher a obra de arte que quiser ser bastando para isso escolher em cada momento os seus pensamentos. Por razões que se prendem com a nossa educação, as nossas raízes socioculturais e as experiências do passado, somos normalmente assolados por pensamentos negativos, isto sem entrar em consideração com os níveis do inconsciente e subconsciente que constituem a nossa Psique.

A nossa Psique é como um imenso iceberg, como diria Sigmund Freud, em relação à qual só conseguimos dar-nos conta do que aflora à nossa consciência. No entanto, os nossos diversos estádios emocionais são condicionados pelas imensas formas de pensamentos que se encontram memorizados nos níveis do subconsciente e inconsciente. É pois através nos nossos sentimentos predominantes que nos damos conta de como está o nosso iceberg, que é o mesmo que dizer do nosso "bordado", ao juntarmos a nossa energia etérica física e o nosso corpo material.

A questão que se coloca é de como podemos nós alterar ou aceder ao que não aflora ao nosso consciente?

De facto a imagem do iceberg de Freud não é a melhor para representar alegoricamente a nossa Psique. Talvez a melhor imagem possa ser uma enorme massa de energia fluida que através de movimentos de convexão permite ir aflorando ao nosso nível do consciente algumas coisas que encontrando-se memorizadas, podemos sempre ir limpando e aperfeiçoando.

Umas das formas mais eficazes de irmos sondando a nossa Psique é através da Meditação, a outra é tornando conscientes os nossos sonhos, encontrando significado para eles. Este são possíveis caminhos de autoconhecimento rumo à nossa essência que nos permitirá sempre vibracionar a nossa Psique e ir melhorando.

No entanto não são os únicos. A nossa constante observação dos nossos pensamento permite-nos também ir mudando e escolhendo quais as formas que melhor nos servem em função do que estamos a vivenciar em cada momento, não permitindo que estes pensamentos vagaiem no futuro onde residem os nossos medos ou no passado onde residem as nossas culpas e os nossos pesares.

Outro ponto de observação reside nos nossos sentimento e emoções. Cada pensamento provoca determinadas emoções que por sua vez se transformam em sentimentos, os quais são mais continuados. Ao observar esses sentimentos ou estados emocionais, poderemos sempre ir seguindo a forma como eles condicionam os nossos pensamento e comportamentos.

É fácil estar sempre neste estado de alerta e prontidão, nestes diversos pontos de observação? Claro que não...

Mas se queremos construir em nós uma Psique linda tal como o "bordado" que nos refere Aïvanhov, há que começar a trabalhar desta forma e ir recorrendo à reprogramação da nossa mente que iremos abordar em próximos postes.

Até lá vamos vivendo cada vez mais ciente do que somos e sobretudo do que não somos. Nós não somos os pensamentos que temos... nós somos a essência Divina que habita em nós.

Por isso sintam-se sempre muito amados e ao sentirem-se assim, a vossa vibração vai mudando e a vossa vida também.

Fiquem bem...

(A Mónada)

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