sábado, 9 de novembro de 2013

O Olhar do AMOR DIVINO


"Quantas vezes o amor entre dois seres começa por uma troca de olhar! Eles encontram-se e, através desse primeiro olhar que lançam um ao outro, sentem uma alegria pura como se bebessem a água cristalina que desce dos cumes. É depois, porque eles querem aproximar-se e fazer outras trocas, que as coisas começam a complicar-se e a obscurecer-se. Não há melhores trocas do que aquelas que se faz pelo olhar.

Vós direis que é impossível alguém contentar-se com olhares. Sim, é verdade que a maior parte das aventuras amorosas dos humanos mostram isso. Mas quais são os homens e as mulheres que não pensam com nostalgia nos primeiros olhares que trocaram, em todo o mundo infinitamente poético que, naquele instante, se descobria perante eles?"

Mais um texto de Omraam Mikhaël Aïvanhov que apela à nostalgia do encantamento do Amor Romântico. Designamos assim ao amor que surge desta forma entre dois seres humanos ainda que  todo o Amor que sentimos ao longo na nossa vida é sempre Romântico, quando ele é verdadeiro, e representa o sentir da nossa alma. Mesmo o amor a um filho pode ser romântico na perspectiva de um longo romance de toda uma vida.

Mas o autor deste texto revela-nos também o sentir desse mesmo amor como se tratasse de água pura e cristalina, para seres que como todos nós somos, sequiosos nos sentirmos amados e de amar. Mas tudo começa com uma simples troca de olhar, aquela que olha fundo e penetrante, que procura encontrar a Alma do outro, a sua Essência Divina, aquele EU SOU que EU SOU.

Depois vem aquela química, que muitos chamam de um fogo ardente que não se vê e que arde no nosso peito. Algo que depois se transforma num desejo de estar e descobrir o outro, nas perspectiva da sua perfeição, na prospectiva das aprendizagens que iremos realizar no relacionamento que vamos estabelecer com esse ser.

É depois que as coisas se complicam na medida em que a perfeição não existe. Ela corresponde aos objectivos que a nossa Alma determinou vir a aprender nesta vida e, por isso ela espelha-se na outra sua irmã e procura na outra o que lhe falta ou o que precisa de saldar para se redimir das suas sombras.

É por isso que nos apaixonamos. É por isso que também nos desiludimos na medida em que essa perfeição que buscamos no outro afinal não existe. Nessa alma vamos descobrir também as nossas próprias imperfeições e na medida em que que a compreendemos e perdoamos também vamos redimindo as nossas imperfeições e amando o que de mais belo essas almas encerram.

É nesta fase que o mais belo sentir do amor entre dois seres acontece. É o momento da criação. É o momento da união. É o momento da evolução.

Amar é por isso parte integrante da Vida e viver é todo o AMOR que sentimos ao longo de cada encarnação. Por isso esse primeiro olhar é tão encantador. É tão magnético. É algo que dificilmente poderemos esquecer.

É o mesmo olhar que uma mãe tem para o seu filho recém-nascido. É o olhar da Paixão. É o olhar mais inebriante e mais intenso que há.

Deixai pois que a vossa Alma assim se sinta, completamente apaixonada, completamente inebriante e com um sentir de deslumbramento e mistério.

Este olhar é Divino e AMAR é afinal o mais belo que expressamos na vida.

Fiquem bem


(A Mónada)

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