quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Auto defesa e defesa pessoal


Muitas artes marciais ensinam técnicas de auto defesa ou de defesa pessoal, e nos tempos que correm são muitas as pessoas que procuram este tipo de técnicas para aprenderem a defenderem-se perante a ameaça de potenciais agressores, como se cada vez houvessem mais ou fossem até mais ferozes. Não será esta percepção apenas uma ilusão tua?

O que é para nós o bem mais precioso? É a vida ou qualquer outra coisa? Será esta devidamente preservada por todas estas técnicas, algumas delas milenares, como se os próprios agressores não as pudessem conhecer também? E para aqueles que as praticam será que as vêm de fato como arte de viver ou apenas como um conjunto de técnicas de auto defesa e até de ataque?

A todas estas perguntas devemos lembrar-nos o que nos foi ensinado por Jesus ou até mais recentemente por Gandhi. A toda a agressão não devemos oferecer qualquer resistência. Devemos antes dar profundo entendimento do que nos está a acontecer, pois não existem acasos e se nos agridem é porque têm necessidade de algo. Ninguém agride ninguém gratuitamente, só porque lhe apetece. Tem de haver algo mais que o faça assumir tais comportamentos.

Então o que deverei fazer? – perguntarão.

Primeiro há que nos acalmarmos interiormente e pedir ajuda ao nosso mestre interno e aos nossos anjos da guarda. Normalmente o agressor deverá estar ainda mais tenso ou enervado que tu, pois não é normal que o faça repetidamente e se o está a fazer, sabe que está também a arriscar-se de alguma forma. Assim, deverás incutir-lhe alguma calma e nunca oferecer qualquer tipo de resistência por mais cinturão negro que sejas.

Lembra-se da história da cerejeira, que perante a força do peso da neve não oferece qualquer resistência e por isso nunca quebra ao invés de outras árvores de maior porte. Sê flexível e quanto muito usa a mesma energia que exercem sobre ti. Mas o melhor é mesmo adaptares-te e cederes, tal como faz a cerejeira.

Se o ato de agressão for um assalto dá o que tiveres, pois o teu bem mais precioso é sempre a tua vida e deverás saber que em algumas sociedades o valor da vida humana é muito baixo, por isso para o teu agressor ela pode não ter qualquer valor. Se tiveres muita necessidade do dinheiro ou do bem que te querem roubar, e se for caso disso, quanto muito tenta negociar, mas por nunca resistir.

Se o ato de agressão assumir qualquer outro tipo de ação física, dá prioridade sempre a preservar ao máximo a tua integridade consciencial e emocional e só depois a física, devendo cuidar desta, protegendo-te, na medida em que tal te for possível. Preservando a tua consciência e mantendo-te calmo, estarás sempre em situação de vantagem, mantendo-te alerta para que no primeiro momento possas sair dessa situação.

Demonstrar força não é reagir desmesuradamente mas antes tentar preservar supremacia emocional e consciencial, através de uma consciência mais alargada, perante aquele que te agride.

Mas acima de tudo, lembra-te sempre que todos somos UM e que mesmo o teu agressor é tão filho de Deus quanto tu. Por isso, sábio será sempre aquele que em todas as circunstância preserva a sua Paz Interior e sabe que, em conflito, haverá sempre alguma coisa a aprender e a amar.

Sê compassivo pois só assim continuarás a sentir-te profundamente Amado.

Fica bem...


(A Mónada)

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