quarta-feira, 22 de abril de 2015

Dono da Verdade


"Imensas pessoas afirmam que possuem a verdade! Elas ignoram que, para julgar isso, existem critérios objetivos. Quem está em verdade distingue-se por diferentes qualidades, e particularmente pela sua bondade, pela sua nobreza, pelo seu desapego a interesses pessoais. Por isso, quando eu vejo alguém que afirma possuir a verdade mas que alimenta em si ódios, é revanchista, vingativo, tenho vontade de lhe dizer: «Pois bem, se isso é a verdade, não vale a pena fazer o menor esforço para nos aproximarmos dela.» Mas os humanos raramente têm estes critérios. Eles veem energúmenos pregar o ódio e a vingança em nome da verdade e estão prontos não só a segui-los, mas também a imitá-los ao ponto de cometerem crimes.

Nunca acrediteis em alguém que afirma ter a verdade se ele não vos mostrar o seu diploma. E esse diploma não é um pedaço de papel, é um diploma vivo que os sábios e até os espíritos da natureza podem ler de longe, pois ele brilha, lança raios. Quando se encontra um ser assim, tem-se a sensação de ser iluminado, aquecido, fortalecido. É como se se assistisse a um nascer do sol."

Mais um belíssimo texto de Omraam Mikhaël Aïvanhov que nos remete para duas perspetivas que devemos levar em consideração.

A primeira – o que é a Verdade? Já Platão nos ensinava, através da Alegoria da Caverna, que nós somos como prisioneiro, enfiados numa caverna, em busca da luz da verdade, e onde apenas conseguimos ver sombras daquilo que julgamos ser a Verdade e a Luz. Esta Verdade absoluta e única só vamos verdadeiramente conhecê-la quando sairmos da caverna e deixarmos de ser prisioneiros.

Assim, a Verdade não pode ser detida por alguém na condição humana. Apenas poderemos sentir, tal como refere o texto na sua parte final, que cada pessoa detém uma parte dessa verdade, sendo que algumas delas brilham mais do que outras, ao viverem de forma integra a sua verdade.

Por isso não devemos seguir nenhum guru, pois o único verdadeiro guru que poderemos encontrar na vida é aquele que vive no nosso coração. Obviamente que haverá seguramente muitos seres humanos vivos e já desencarnados cujas vidas e obras nos inspiram e que se podem tornar em nossos instrutores.

O que o autor do texto nos ensina é como os poderemos distinguir dos outros.

É aqui que surge a segunda perspectiva – A Integridade do Ser e as características que o tornam um exemplo a seguir.

Assim foi com Jesus em seu tempo e com muitos outros que o seguiram nestes dois milénios após a sua morte.

Não há nada mais atraente que um Ser que viva de acordo com a Verdade que lhe é ensinada pelo Amor Incondicional, pela sua integridade e devoção a esta mesma essência Viva que nos faz brilhar, lançar raios de sabedoria e Viver a vida em plenitude do mistério que esta encerra. É desta essência Divina, que habita em cada um de nós, é que brotam as virtudes que definem e caracterizam o Sábio.

Esses são aqueles que se sentem sempre muito Amados, mesmo quando forem desacreditas, cruxificados e rejeitados... ou até que “preguem para os peixinhos” como o caso do Fernando de Bulhões antes de ser Santo António.

Fiquem bem


(A Mónada)

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