segunda-feira, 16 de julho de 2018

A Lição da Integridade


“Há muito tempo, um mestre vivia com um grande número de discípulos num templo quase em ruinas.
Os discípulos sobreviviam através de esmolas e doações conseguidas numa cidade próxima. Contudo, muitos deles começaram a reclamar sobre as péssimas condições em que viviam. Em resposta o mestre disse:
- Se somente ocuparmos o nosso tempo a estudar e a meditar, não haverá tempo para trabalhar e arrecadar o dinheiro que precisamos para melhorar as condições do nosso templo. Assim, pensei numa solução simples...
Todos os estudantes acercaram-se diante do mestre, ansiosos por escutar as suas sábias palavras que seguramente iria resolver o problema. O mestre disse-lhes então:
- Cada um de vocês deve ir à cidade e roubar bens que depois poderão ser vendidos para assim arrecadarmos o dinheiro que necessitamos. Desta forma, seremos capazes de fazer uma boa reforma no nosso templo.
Os estudantes ficaram espantados por este tipo de sugestão vir do sábio mestre. Mas uma vez que todos tinham o máximo respeito por ele, não fizeram qualquer protesto. O mestre disse logo de seguida e em tom muito severo:
- Para não mancharmos a nossa excelente reputação, por estarem a praticar actos imorais e ilícitos, solicito que cometam o roubo somente quando ninguém estiver a olhar. Não quero que ninguém seja apanhado.
Quando todos começaram a afastar-se para discutirem o plano entre eles... Um entre eles levanta-se e disse:
-É errado roubar. Porque é que o mestre nos pediu para cometermos tais atos?
Outro apressou-se logo em lhe responder:
-É a única forma para podermos reformar o nosso templo, o que é para uma boa causa.
Assim, todos concordaram que o mestre era sábio e justo e deveria ter uma boa razão para ter feito tal pedido. Assim, afastaram-se para irem planear os roubos prometendo-se mutuamente que não seriam apanhados para não causarem desgraça maior ao templo.
-Sejam cuidadosos e não deixem que ninguém vos veja a roubar – incentivavam-se assim uns aos outros.
Todos os estudantes com excepção de um foram-se afastando. O sábio mestre aproximou-se dele e perguntou-lhe:
- Porque ficaste para trás?
O rapaz respondeu-lhe:
- Eu não posso seguir as suas instruções para roubar sem que ninguém me veja, pois não importa aonde eu vá, estarei eu sempre a olhar para mim mesmo. Os meus próprios olhos ver-me-ão a roubar.
O sábio mestre abraçou então o rapaz com um sorriso de alegria e disse-lhe:
- Fica descanso meu bom rapaz. Ninguém vai roubar nada que eu não permitirei. Apenas estava a testar a integridade dos meus estudantes e tu foste o único que passou no teste. Parabéns!
Após muitos anos, este jovem tornou-se ele próprio num grande mestre.”

Um conto adaptado do Livro: "Brumas do Tempo" de José Caldas

Nunca os fins podem justificar os meios quando estes ofendem os nossos próprios princípios e valores conscienciais. Pois os nossos olhos e a nossa consciência estarão sempre presentes.

Lembrem-se das duas simples regras de conduta para poderem continuar a seguir a senda da Ascensão:

- Nunca faças ao outro o que não gostas ou não queres que te façam a ti.
- Reto pensar e reto agir.

E sendo sempre integro contigo mesmo, vive e sente-te sempre muito amado e abençoado por isso.

Fica bem

(A Mónada)

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