domingo, 26 de agosto de 2018

O Imperador e o Eremita


"Nas montanhas da China, vivia um eremita que de dizia possuir uma imensa sabedoria, fama que se estendia por uma vasta região. O Imperador tendo conhecimento de tal facto enviou emissários para lhe oferecessem o cargo de primeiro-ministro no palácio imperial. Chegados ao lugar onde vivia, encontraram-no a meditar, sentado numa pedra nas margens de um rio e espantaram-se por ser aquele homem de aspecto simples e miserável a quem o Imperador tencionava nomear para tão alto cargo. 

Tal como lhes havia sido ordenado, ofereceram-lhe o lugar que o Imperador lhe destinava, dissertando longamente sobre a sua importância e espírito de missão que tal cargo representava para o Império.

O eremita ouviu tudo o que lhe diziam. Fez-se silêncio durante alguns minutos, após o que o eremita disse:
-      Estais a ver aquela tartaruga que se desloca vagarosamente na lama da outra margem?
-      Vemos sim, bom senhor – responderam os emissários.
Volveu o eremita:
-      Conta-se que no palácio Imperial existe num pequeno templo, uma tartaruga embalsamada, com a carapaça coberta de valiosíssimas joias. É verdade?
-      É verdade Senhor – responderam os emissários. 
-      Digam-me. Achais que aquela tartaruga trocaria de lugar com a divinizada tartaruga da corte?
-      Julgamos  impossível Senhor.
-      Digam então ao nosso Imperador que me manterei fiel ao meu destino e ao tipo de vida que escolhi. Prefiro viver nestas maravilhosas montanhas, sulcadas por rios de águas límpidas do que morrer embalsamado no luxo do vosso palácio. – respondeu convicto o eremita."

Conto adaptado do livro “Brumas do Tempo” de José Caldas.

Neste conto o  autor expressa a necessidade de sermos genuínos naquilo que nos torna felizes e a dosear a nossa ambição de acordo com o nosso propósito. Isto significa que há que ter um grande autoconhecimento para não ceder às tentações do poder e da riqueza.

Todos têm um Propósito e um Carma Planetário que aceitaram vir vivenciar em cada encarnação neste Planeta. Não se trata de uma fatalidade mas sim de uma escolha. Por isso só se é verdadeiramente feliz se estiver na senda deste mesmo Propósito e Carma.

Assim, é necessário reconhecer o verdadeiro Ser que cada um é e seguir o fluir da vida, na medida em que esta acaba por atrair o que precisar de vivenciar e aprender ao longo da vida.

No entanto, esta forma de estar e ser não obsta a que cada um se esforce para atingir os objectivos, o lugar e a posição que deseja alcançar na sociedade dos homens, desde que tal corresponda aos verdadeiros anseios da sua alma na aprendizagem das diversas lições de AMOR.

Lembrem-se sempre que são filhos de DEUS, e independentemente das vossas escolhas, serão sempre muito amados por Mãe e Pai, a Fonte que tudo É.

Fiquem bem.

(A Mónada)

Sem comentários: