segunda-feira, 27 de julho de 2020

O AMOR e as Paixões


"Aquele que tem necessidade de umas sacudidelas, de catástrofes e de incêndios, para sentir que vive, demonstra que ainda é um ser primitivo e bárbaro. Aliás, tem-se visto isso ao longo da História. Todos os que incendiaram cidades e aldeias, todos os que atearam fogueiras e fornos crematórios, eram bárbaros. A necessidade de queimar objetos ou seres é um resquício da selvajaria primitiva.

 

E o mesmo acontece no domínio dos sentimentos: aquele que está sempre a acender o fogo da paixão em si e nos outros comete um ato de barbárie. Isso é próprio dos seres que ainda não aprenderam a maneira correta de se aquecerem e de aquecerem os outros, isto é, que não aprenderam a maneira correta de amar!"

 

Mais um texto atribuído a Omraam Mikhaël Aïvanhov que nos remete para a distinção entre paixão e amor.

 

Existe muita confusão nos relacionamentos românticos entre a paixão e o amor, sobretudo quando se revelam as emoções mais primitivas associadas ao desejo e ao sexo. Depois surge a posse que se revela quando falamos do outro como sendo “o meu...” ou a “minha...”. E ai daquele que se tente apoderar do que é meu, como se alguém pudesse roubar o que cada um é na sua essência. E quando tal acontece sob o domínio da paixão, surge o ciúme. Há mesmo quem pense que não existe amor sem uma “pontinha” de ciúme. Enfim, são inúmeras as distorções que chamamos de formas de amar, mas que não passam das ditas paixões primitivas que refere o autor do texto.

 

Igualmente ao comparar-se estas paixões com o fogo de quem incendeia, podemos desde logo perceber o tumulto de emoções que levam a este tipo de processo de destruição logo de seguida.

 

No entanto, sendo a nossa essência espiritual AMOR, então ninguém nos pode tirar o que é nosso por natureza. Mesmo quando nos apaixonamos por alguém ou alguma coisa, o que nos move não são os atributos físicos, mas sim o que precisamos de aprender para dar forma à expressão do nosso Amor. Por outras palavras, nós vemos no outro a perfeição que gostaríamos de ter e é por isso que surge a cegueira de quem se apaixona e vê no outro apenas a perfeição.

 

Mesmo aqueles que se batem por causas “ditas nobres” e se tornam faciosos a ponto de perderem o auto discernimento, a paixão retira-lhes a possibilidade de transcenderem essas mesmas causas, acabando sempre por tentar manipular as consciências de outros, muitas vezes acendendo neles o fogo dessas mesmas paixões... e isso é bárbaro. Isto é muito comum nos populistas e nos políticos que tentam convencer os seus pares das virtudes de determinadas políticas anti sociais e humanas, privilegiando a economia em detrimento da saúde por exemplo.

 

Mas estivemos até agora a focarmo-nos nas paixões e não no amor.

 

Se invocarmos em cada momento o Amor que existe em nós, podemos observar alguns dos seus principais atributos como sejam: a paz, o desprendimento, o contentamento, a entrega, a gratidão e todo o tipo de emoções que nos tornam mais livres e felizes.

 

É no nosso âmago que encontraremos todas as respostas que precisamos para encontrarmos as formas mais corretas de expressar o nosso Amor, como por exemplo: o afeto, o carinho, a ternura, o perdão, a dedicação, a solidariedade, a caridade, etc..

 

Mas antes de tudo. Há que sentir esse Amor...

 

Começa já hoje por te sentires sempre muito Amado. Lembra-te quem verdadeiramente És.

 

Fica bem...

 

(A Mónada)

 

 

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