Então, enquanto comiam e olhando para o saleiro, pediu ao jovem triste que colocasse uma mão cheia de sal num copo de água, misturasse bem e a bebesse.
– Qual é o gosto? – perguntou-lhe o velho.
– Muito mau. – disse o jovem franzindo o rosto de desagrado.
O velho sorriu cheio de ternura e pediu ao jovem que pegasse em outra mão cheia de sal e o lançasse para o lago. Pediu-lhe depois para apanhar um pouco da água do lago, com o copo, e a bebesse.
Enquanto a água escorria pelo queixo do jovem, o velho voltou a perguntar-lhe:
– Qual é o gosto?
– É bom! – disse o rapaz.
– Sentes o gosto do sal? – Perguntou o velho.
– Não – disse o jovem.
Então ele sentou-se ao lado do jovem, pegou na sua mão e disse-lhe:
– A dor na vida de uma pessoa é inevitável. Mas o sabor da dor depende de onde a colocamos. Tal como quando puseste a mesma quantidade de sal na água do copo ou no lago o sabor era diferente. Então, quando sentires essa dor, a única coisa que deves fazer é aumentar a percepção das coisas boas que tens na vida.
Com o coração a transbordar de amor o velho sábio continuou:
– Deixa de ser apenas um copo. Torna-te num imenso lago.
Assim verás que não saborearás o sofrimento, embora saibas que a dor está lá... nesse teu imenso lago de coisas boas que tu és.
Nesta história que aqui vos trouxe, adaptada de um conto oriental de autor desconhecido, o velho sábio dá-nos uma lição de como encarar a adversidade. Sabemos que a vida não tem só coisas boas nem coisas más. Sabemos que nada acontece por acaso. Assim, a nossa vida é uma permanente lição para co-criarmos em AMOR.
Neste caso o velho sábio ensina-nos como podemos transcender e transmutar a nossa dor, para que ela não se transforme em sofrimento. O sofrimento existe quando a dor nos remete para formas de pensamento obsessivas e recorrentes. Quando nos focalizamos nessa mesma dor, nada mais conseguimos ver ou ouvir.
A libertação dá-se quando, ao vivenciarmos a dor no presente, no "agora", valorizamos tudo o que temos de bom. Assim, tal como diz o velho sábio:
Torna-te num imenso lago... e eu acrescento: de AMOR.
Fiquem bem.
(A Mónada)
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