segunda-feira, 2 de setembro de 2013

O AMOR e o Desapego



"Quem não gostaria de viver no Paraíso? Perguntai a quem vos rodeia e todos vos responderão: «Viver no Paraíso? Claro que sim!» Mas o que eles não sabem é que, para isso, têm de preencher certas condições: não se pode viver nas regiões superiores enquanto não se está preparado para isso. Senão, admitindo mesmo que eles eram aceites lá em cima tal como são, após alguns minutos quereriam descer, dizendo: «Isto aqui é insuportável, não há cigarros, nem bares, nem discotecas! E eu tenho vontade de fumar, de beber, de abraçar e beijar mulheres bonitas. Não quero ficar aqui.»

Para se poder viver nas regiões sublimes, é preciso libertar-se das necessidades grosseiras; por isso, nem todos estão preparados. Mesmo que os instalassem à força no Céu, muitos arranjariam maneira de voltar para baixo o mais depressa possível.

Mas não tomeis o que eu estou a dizer como desculpa para não tentardes adaptar-vos à vida divina. Se vos exercitardes todos os dias a purificar os vossos desejos, a meditar, a dar trabalho a certas células do vosso cérebro, podereis ir muito longe, até vos instalardes nas regiões celestes."

Mais um excelente texto de Omraam Mikhaël Aïvanhov que apela à purificação dos nossos desejos e pensamentos para que possamos Ascender. O profano não está exatamente nos cigarros, nas bebidas e muito menos nas discotecas ou nas mulheres bonitas ou homens bem apessoados, mas antes nos pensamentos, crenças e mitos que constituímos enquanto humanos pertencentes a uma determinada sociedade.

Para nos libertarmos do profano que nos dá um prazer temporário, há que entender o  significado da felicidade eterna que o autor refere como sendo o Paraíso. Esse significa a plena Comunhão com o AMOR e a LUZ, em Sabedoria e Paz, no contexto do PAI.

De facto, todo o Ser procura durante toda a sua vida o Amor e a Saúde, esta que lhe permite usufruir do mesmo Amor que lhe dará a felicidade e julga que tal só pode ser conseguido graças ao dinheiro e aos diversos prazeres temporários que possa usufruir. Como é óbvio nada é mais ilusório que este tipo de pensamento e de comportamentos tão primários.

De um ponto de vista da Alma o seu alimento são as virtudes e não o profano.

O profano por outro lado pode ser altamente viciante e não trás nenhum tipo de felicidade a não ser os curtos momentos de prazer se é que isso trás ou se possa  chamar de felicidade. Já no campo da saúde, muitos dos vícios referidos pelo autor são altamente nocivos, retirando ao Ser as suas capacidades criativas e outras aptidões para que possa vir a concretizar o propósito da sua Alma.

Mas não são só os vícios que inibem a evolução das Almas, os seus apegos a todos os aspectos da suas vida material contribuem para que o ser prefira ficar nos níveis inferiores de existência material.

Imaginem por exemplo o que aconteceria a alguém bem feliz, vivendo em grande tranquilidade e com todos os seus desejos satisfeitos, se de um momento para o outro desencarnasse. Será que este ser estaria disposto desde logo a subir para os níveis de LUZ e AMOR, se ao mesmo tempo sentisse o que iria perder? Todas aquelas posses que detinha... ou pior... que ilusoriamente julgava deter e que tanto esforço e tempo lhe levaram a constituir? A família e os amigos que deixa?

É por demais óbvio que, até ao momento em que ganhar plena consciência de que a posse é uma mera ilusão, tentaria por todos os meios voltar a tomar conta do que era seu e assim continuar próximo pois retinha a memória do tal nível de felicidade que achava que tinha conquistado e que era seu.

É também óbvio que o mesmo se passa no campo dos afectos sobretudo enquanto nos julgarmos proprietários do amor dos outros, nossos familiares e parceiros de jornada.

Este é infelizmente grande parte dos casos das pessoas que desencarnam ainda nestes tempos.

O Ser é o que apenas É. No Mundo material apenas usufrui de amor, de bens materiais que consegue captar, de afectos e nada mais. Ou seja energia materializada ou não.

Mesmo perante os que são próximos, sendo filhos ou pais por exemplo, pelo menos que haja a plena consciência que o ser que apelidamos de “nosso”, nosso não é, tratando-se apenas de uma Alma afim, que connosco neste vida veio fazer um percurso comum de aprendizagem de Amor e nada mais.

Será que isto inibe o AMOR?

Claro que não! É quando se trabalha o desapego que vamos conseguir estar livres para AMAR ainda mais, de forma incondicional. O Apego, pelo simples facto de julgarmos o outro como nosso, condiciona de imediato o seu Amor como sendo nosso também.

O conceito chave para nos libertarmos dos apegos é o usufruto e de assumirmos que o único amor que podemos alguma vez sentir é Nosso. Somos nós a partir do nosso Divino EU SOU que o sente, e que isso não depende de nada nem de ninguém ainda que possa ser dirigido ou referido a alguém. É o exemplo do Amor de Mãe que vivido como o desapego de quem tudo desculpa e perdoa, mesmo reconhecendo as imperfeições dos seus filhos, os continua a Amar da mesma forma.

Viver esse AMOR é viver o amor de paixão como o viveu Mãe Maria, ao assistir compassivamente à morte de Seu Filho na Cruz. Seguramente isso não a inibiu de sentir uma imensa dor, mas também a suavizou, por entender que essa era a Missão de seu Filho, amando-O por isso ainda mais.

Sintam-se por isso muito Amados! Amar é a única coisa que nos faz verdadeiramente felizes e nos proporciona a iluminação da nossa Alma.

Fiquem bem...

(A Mónada) 

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