domingo, 27 de maio de 2007

A Jornada - 1ª Parte

Durante a faculdade tive uma cadeira intitulada “Inovação e Criatividade”, e esta marcou-me porque falávamos de Jung, do consciente colectivo, de criatividade também, é claro. Marcou-me um texto de alguém cujo nome nunca fui capaz de pronunciar, quanto mais escrever, em que dizia basicamente que criar não é mais do que recriar, visto que pegamos em elementos que sempre existiram, e que só lhes damos uma nova ordem.

Não resisiti então em pegar em dois conceitos – Ser e Ter – e deparei-me com quantas vezes os recriei e lhes dei uma nova ordem, lhes estabeleci uma nova hierarquia de importância, e que isso, sem sequer os classificar como certos ou menos certos, basicamente sem julgamento, marcava o estágio em que me encontrava na minha vida e na minha evolução.

Lembro-me de uma primeira etapa, em que colocava o Ter no topo, não porque me considerasse gananciosa, ambiciosa ou, sei lá... Simplesmente era levada a crer que Ter era essencial para nos garantir a liberdade de Ser. Então abracei essa verdade como minha também, porque mais do que Ter eu queria Ser. Ter era o caminho, e Ser a finalidade. Mas, devido a esta forma de pensar, como não Tinha também não Era!

Depois Zás Trás Pás! (Isto quer dizer: passado algum tempo, e com voltas do destino à mistura), passei a acreditar que Ser tinha que vir primeiro que Ter, resultado de uma maior confiança e amor por mim própria. Contudo, achava que tal transformação na hierarquia de importância era algo dificil de levar a cabo.

Hoje, tenho uma nova acepção desses valores. Com a aceitação, o julgamento fez malas e partiu por tempo indeterminado e levou consigo a tal tabela da hierarquia de valores. O Ser e o Ter ficaram aqui comigo, mas não competem pela primazia do primeiro lugar. Coabitam. Interagem porque perceberam pela primeira vez que fazem parte de um todo. E, dão uma mãozinha um ao outro quando é preciso. Normalmente o Ter segue o Ser para onde quer que este vá, mas sempre satisfeito.

Querem um exemplo?

- Sou Amor, tenho Amigos!
- Sou Amiga, tenho Amor!
- Sou Serena, tenho Paz!
- Sou Feliz, tenho o que preciso!

No tempo presente é assim que vivo com estes conceitos. Torno-me consciente da transformação a que somos sujeitos ao longo da nossa vida, da nossa aprendizagem. Aceito todos os seus passos e manifestações, não julgo quem fui e quem sou, e agradeço por tudo, pois esta transformação é a nossa Alquimia Interior!

Tapué Moá

1 comentário:

Om-Lumen disse...

"- Sou Amor, tenho Amigos!
- Sou Amiga, tenho Amor!
- Sou Serena, tenho Paz!
- Sou Feliz, tenho o que preciso!"

Sou silêncio, tenho a síntese em mim...

Tapué Moá, gosto da vibração do teu nome...

Um abraço amigo.

Om-Lumen