domingo, 10 de março de 2013

Ser como crianças


"As criancinhas possuem uma forma de clarividência e, quando olham para as pedras, as árvores, as flores, os animais, os humanos, vêem entidades que se deslocam entre eles e neles. Elas sentem mesmo, também, que essas entidades vêm ao seu encontro e lhes falam; são como amigos que as visitam.

Mas, muito rapidamente, a ligação entre a criança e o mundo invisível é rompida pelos adultos e por todo o ambiente materialista, assim como pelo facto de o intelecto e outras condições psíquicas entrarem em jogo. Pouco a pouco, elas passam a ver a Criação unicamente como uma justaposição de existências com as quais não têm qualquer comunicação, já não percepcionam as vibrações subtis pelas quais elas se relacionam umas com as outras. Os discípulos de uma Escola Iniciática exercitam-se precisamente para desenvolver esta sensibilidade ao lado subtil, vivo, da Natureza."

Texto de Omraam Mikhaël Aïvanhov.

É muito interessante ver uma criança de 4 anos a brincar, já expressando em palavras o que a sua “imaginação” constrói. Para nós adultos é apaixonante a potencial de criatividade que aquela alma ainda quase em bruto consegue desenvolver.

Quando lhes lemos uma história elas ainda têm a capacidade de tudo absorver sem qualquer filtro, ao que nós chamamos de “ingenuidade”, para além de captarem a história não pelas palavras que utilizamos mas pelas imagens que elas sugerem. Todas as crianças têm essa capacidade impressionante de visualizarem tudo o que lhes contamos e recriarem essa mesma história de acordo com o seu estado emocional.

Se experimentarem conduzirem uma criança numa meditação guiada poderão confirmar a facilidade com que elas vêem diversas entidades com quem interagem, de uma forma pura e não formar como se tratassem de amigos que os visitam e que com quem podem brincar.

Quando adultos, muitos de nós perdemos esta capacidade de visualizar e de recriar o nosso mundo interior, considerando-o como assumido e imaginário e o ambiente externo, o mundo das formas, como real e que tem de ser conquistado e controlado. Deixamo-nos iludir pelo o ego que construímos e nos impomos e sobretudo pelos apegos que daí advêm. Por tudo isso sofremos horrivelmente a vida inteira.

Há que aprender com as crianças, não a ser ingénuos, mas sim a ser simples e íntegros com a nossa consciência e a nossa alma. A isto se chama ser cândido e simples.

Na medida em que nos formos exercitando, através da meditação e da visualização criativa, a nossa sensibilidade ao lado subtil, vivo, da nossa Natureza, mais perto ficaremos da nossa alma e da sua expressão plena. Melhor nos posicionamos para responder aos seus desígnios e corresponder ao propósito maior da nossa vida. Deixamos naturalmente o Mundo do sofrimento e recomeçaremos a ser tão felizes como as crianças o são, antes de serem condicionadas pelos adultos.

Não nos esqueçamos por isso dos três principais atributos da alma ao expressar-se que são: a candura, a doçura e a elegância.

Vivamos então como criancinhas, deixando que a nossa alma se exprima e tome conta das nossas vidas… onde o AMOR e a FELICIDADE são tão importantes para a Vida como o ar que respiramos ou os alimentos que ingerimos.

Fiquem bem…

(A Mónada)

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