terça-feira, 27 de fevereiro de 2007

Andamos todos a dormir...

Há uns tempos ouvi alguém dizer: “Nós andamos todos a dormir um sono profundo”... Confesso que não entendi, não consegui perceber o sentido, pois achava eu, que pelo facto de me trabalhar espiritualmente, de estar a desenvolver em mim um auto-conhecimento, já estaria desperta... Guardei dentro de mim esta questão e como tudo o que precisarmos de saber vem até nós.... Esperei!

Um dia quando me questionava por onde andavam os meus pensamentos, aqueles mais subtis que não dava conta deles, percebi o quanto me identificava e me permitia envolver-me, apesar de saber não ser eu, mas a minha mente. Pois, mas é que do saber a interiorizar, vai uma distância, que é exactamente a distância da mente ao coração, e foi quando essa distância foi percorrida, que conquistei a consciencialização desse ponto.

O quanto adormecida ando no meu dia-a-dia.

Então, com esta tomada de consciência em mim, tento tornar-me uma pessoa consciente, sentir com quem realmente me identificava, abrir-me para já à observação da minha mente.

Não é tarefa nada fácil!

Perguntava-me como havia de fazer, se só, de vez em quando, é que dava conta de um pensamento. Esta realidade veio dar-me a certeza de como me identificava com a mente quase permanentemente, para não dizer sempre e como tinha ouvido e não entendido andava a dormir, andava completamente sonâmbula.

Iniciei-me a tentar ser eu a conduzir a minha mente através de coisas muito simples, pensava eu, como o sentir o meu corpo em cada tarefa que realizava ao longo do dia, mas até isso se revelou dificil de manter.
Não desisti, e dia após dia fui conquistando essa consciência que parecia tão simples. Isto, desde logo, produziu em mim verdadeiras mudanças de atitude e posturas. Cada vez mais vou conseguindo tornar-me mais e mais observadora. Não, claro que não consigo estar sempre atenta, mas não desisto. O que consegui até agora incentiva-me a continuar. Sei que educar uma mente habituada a vaguear livremente, habituada a comandar, habituada a ser dona de mim... não é tarefa nada fácil.

Aprendi que os pensamentos que observo não devo comentá-los e questioná-los para mim, porque sei que logo de seguida me estaria a identificar-me com eles. Aprendi também que se trata só de observar e largar, deixar que partam, mesmo aqueles que repetidamente teimam em fazer-se presentes, na busca de uma razão para acalmar medos ou sustos do ego. Apesar de tudo, esses são os mais fáceis de identificar porque já sei de onde partem. Os mais dificeis, são mesmo os mais subtis, esses mesmos que só no silêncio de mim consigo perceber, porque ainda não sei fazer-me presente, em cada momento do meu dia.

Considero no entanto isto como uma preciosa conquista. Para mim saber sentir, interiorizar, que a ninha mente não sabe situar-se no “aqui e agora” que os pensamentos fogem, se eu permitir, para um passado, nem que seja recente ou para um futuro, arrastando todo um mostroário de sentimentos inerentes à sua projecção.

Por isso, com alegria por esta tomada de consciência, quiz partilhar esta minha realidade de momento. No fundo o sentir que começo lentamente, mas começo a despertar, o significa finalmente poder vir a estar consciente de mim... e simplesmente SER.

De MIM para mim.

(Acrosh)

5 comentários:

Onda Encantada disse...

Oh Como é bom acordar e entender que andámos tanto tempo a dormir... para a vida... para nós próprios ... de nós próprios...

Bem hajas

o alquimista disse...

Noite, companheira na viajem ao fundo do lago azul procuro um anjo que veio dos mares do sul...

Doce beijo

Unknown disse...

Encontramo-nos na fase última em que a Nave Terra exige de nós uma maior compreensão do nosso corpo. Como cuidá-lo.Como amá-lo. Como felicitá-lo. É toda uma reaprendizagem.

Abraço

António

(A Mónada) e MARLIZ disse...

Agradeço e transmito a Acrosh os vossos comentários...

É sempre bom acordar para uma consciência MAIOR.

Fiquem bem...

o alquimista disse...

Passei para te ler pois não o tinha podido fazer ainda e...meu deus tu és imensa...!

Doce beijo