quinta-feira, 24 de maio de 2007

Aceitar que tudo tem uma altura e um momento próprio


Logo pela manhã uma frase ecoa no meu pensamento por diversas vezes, “ACEITAR QUE TUDO TEM UMA ALTURA E UM MOMENTO PRÓPRIO, NÃO PRECISAS EXIGIR-TE MAIS DO QUE PODES”. E, sinto-me a fazer uma lista de tudo o que já havia conquistado para a minha auto–estima até este momento. Decido para mim transformá-la num quadro que irei colocar numa parede bem visivel aos meus olhos e onde possa acrescentar cada conquista que considero os meus milagres.

Sinto que todos os medos, todos os corpos de dor desde que os consciencializemos se diluem ao focá-los com o poder do amor. Depois foi toda uma aprendizagem para a prática do mesmo, sentindo quais os pontos em que não estava a permitir-me focá-lo.

Nessa noite tinha acordado com uma dor intensa no pé esquerdo, mal podia mexê-lo. Interpreto, dificuldade em avançar, não estou a percepcionar e a intuir o que preciso, mas como era a meio da noite e estava cansada, massajo com o pé direito e fui falando com o meu corpo prometendo que logo que acordasse iria tomar consciência. Este seria o meu primeiro sinal físico. O segundo foi quando pela manhã, ao entrar para dentro de mim, e tentar através de uma busca mental sentir, não consegui, como se tivesse atingido um limite nem sei de quê. Estranha a sensação, era como se o imperativo fosse parar, parar. Desmarquei tudo o que tinha marcado para o fim de semana e, tinha em mim uma sensação de uma impossibilidade total de fazer qualquer coisa que não fosse SILÊNCIO apenas.

SILÊNCIO era o que ecoava dentro de mim. Eu sentia uma necessidade urgente de intuir, o que me bloqueava. E antes de começar recebo um primeiro sinal através de uma cena familiar de que como é possível olhar para uma situação através da lógica do céu em vez da velha maneira de agir e pensar da terra. A sensação envolvente de amor que senti na altura comoveu-me profundamente. Essa perspectiva diferente de olhar cada acontecimento foi o que se seguiu depois em meditação. Utilizando realmente a minha grande facilidade mental em ir rapidamente para dentro, entro no SILÊNCIO e começo a receber cenas das quais já havia feito a respectiva aprendizagem. Mas algo mais profundo não tinha conseguido intuir tornando-me incapaz de continuar. Era ao fim ao cabo como se estivesse a fazer um download, pois foi exactamente como me senti. Havia um ponto comum tão subtil entre elas e, senti-me levada a olhá-las para além da aprendizagem.

Tudo o que eu havia atraído tinha a ver com uma postura que eu tinha comigo própria em relação à minha auto-estima.

Uma amiga ficou-me de ligar para marcar comigo uma hora para a ir buscar. Não me disse rigorosamente nada, tendo eu deixado de fazer algumas tarefas para não serem interrompidas. Quando falei com ela à posteriori pura e simplesmente nunca mais se tinha lembrado. Na altura senti apenas que este tipo de atitude não me afectavam tanto como antes e registei. Recebi como sendo uma tomada de consciência nesse aspecto, nada mais. Aprendi agora, primeiro, sentir sempre se realmente se qualquer acontecimento deixou algum vestígio. Isto, porque há sempre o nosso “egozito” que não gosta de mostrar as suas fraquezas, torna-as cada vez mais subtis.

Eu tinha permitido sentir-me magoada, a minha auto-estima não tinha ficado bem e, não me tinha dado conta. Teriam realmente a intenção de me magoar! E se o tivessem, só dependeria de mim senti-lo ou não? Como fazer? – perguntava eu. Eu sabia que isso era dar o meu PODER PESSOAL aos outros, mas ainda não o tinha interiorizado. E comecei a sentir por outra perspectiva, esta e outras questões. No telefonema que não surgiu, se senti falta de consideração do outro, ERA EU QUE NÃO A TINHA POR MIM!

Depois, através da asma que tive, senti que, se me ofendia nas vezes em que pedia algo e isso não era respeitado, ERA EU QUE NÃO ME RESPEITAVA, adiando constantemente as minhas necessidade mais prementes em função das necessidades dos outros. Sempre que sou testemunha de uma agressão, por mais leve que seja a um animal ou criança e não interfiro, ESTOU A FALTAR-ME AO RESPEITO. Sempre que sou testemunha do mau uso dos bens essenciais do planeta: água, energia... E, não interfiro, ESTOU A FALTAR-ME AO RESPEITO...

Se combinavam comigo umas horas e me faziam esperar tempos infinitos, SOU EU QUE TAMBÉM ESTOU SEMPRE PROJECTADA NAQUILO QUE HÁ-DE VIR, DESRESPEITANDO O MEU TEMPO PRESENTE! Ao não reconhecer os meus limites, exigindo-me mais do que posso, ESTOU A FALTAR-ME AO RESPEITO e permitir que a minha vida vire um caos.

Através da tosse que tive senti a falta de tolerância em relação a mim dos que me rodeiam, que é o número de vezes que me critico. E, nesse dia à conversa com uma amiga quando ela me disse quatro “NÃOS” seguidos a sugestões que eu lhe havia apresentado, não era ela que me estava a rejeitar, mas sim os “NÃOS” e a REJEIÇÃO que eu faço a mim própria quando adio coisas na minha vida que me dão prazer, pelo simples facto de não saber dizer não aos outros, pela minha necessidade de me fazer amada, pela minha necessidade de reconhecimento. Isto foi-me feito sentir através de caímbras nas costas.

Tudo o que vem do exterior a mim, que eu possa considerar uma agressão, não passa da forma como me agrido a mim mesma.

Através da dor no pulso direito de um familiar muito próximo, chego à mais grave de todas as limitações – à nossa auto-estima, na medida em que nos impede de SER, feita através de uma verdadeira lavagem ao cérebro, tão subtil, tão aterradoramente eficaz, A GRAVE MENTIRA DE QUE: “EU NÃO SOU DIGNO...”, que influencia não só os aspectos da nossa vida nos relacionamentos, na família, no trabalho, ... como também afectando profundamente a nossa capacidade de intuirmos quem SOMOS NA REALIDADE, aprisionando-nos à incapacidade terrena, de atingirmos o nosso objectivo encarnacional A NOSSA IDENTIFICAÇÃO DIVINA, reconhecendo-nos como seres multidimensionais.

É tão subtil esta crença em nós que nem nos apercebemos como criamos a nossa vida baseada nesta pobreza de pensamento, atraíndo dívidas, desastres financeiros, doenças, desavenças, o querer agradar aos outros esquecendo o queremos nós, ... porque não sou digna de ter dinheiro, porque não sou digna de ter um corpo saudável, porque não sou digna de ter paz, porque não sou digna de fazer como gosto. Inconscientemente esta frase mina a nossa mente e corroí-nos por dentro.


E, passamos a vida a adiarmo-nos:
- a adiar o que gostamos de fazer
- a adiar o que gostamos de comprar
- a adiar o que precisamos...
Adiar, adiar, adiar...

Então, como nos relegamos sempre para último porque não nos sentimos merecedores da nossa própria atenção, o Universo aceita o que lhe mostramos e retira mais ainda para que já no limite olhemos finalmente para nós e possamos elegermo-nos como actores principais da nossa vida. E a partir daí então darmos aos outros o que em nós existe já em abundância, AMOR para mais recebermos e mais darmos criando um fluír do fluxo Real de Energia.

Acrosh

6 comentários:

Chama Violeta disse...

Só nós próprios podemos sentir nossa dor,se recolher em nosso silêncio e viver o que nos está destinado!

Linda mensagem! É para sentir com todo o ser e tirar uma grande lição dela!
Beijos de luz para ti...

Unknown disse...

Muito bom. Muito bom. Adorei ler.

Bem hajas.

Um abraço

António

Aros disse...

Obrigada, querida irmã de Luz, pelas sábias, doces e fortes palavras.
Peço ao Céu, tendo-vos como testemunhas, que farei esforços, em cada momento, para aprender o que estiver ao meu alcance, usando-vos também como mestres.
Bem Hajam!

Olga Correia disse...

Grande lição! Deixou-me por aqui a reflectir no que andarei a fazer a mim...
:)

Olga Correia disse...

Ah, e adorei a música!

Anónimo disse...

Agradeço todos os vossos comentários amigos.

Bem hajam.

Acrosh