"Confunde-se muitas vezes fé e
crença; no entanto, são duas coisas diferentes.
Um homem compra um bilhete da
lotaria; ele crê que vai ganhar a taluda e isso enche-o de alegria durante
algum tempo, até ao dia em que fica a saber que não ganhou absolutamente nada.
Isto é crença. Agora, observemos um químico que quer realizar uma experiência:
ele pega nos elementos indicados e, doseando-os nas proporções convenientes,
crê que a experiência será bem-sucedida. E é isso que acontece. Neste caso, já
não é crença, mas fé.
A crença está baseada na ignorância
das leis naturais. Ter uma crença é desejar que o arbitrário reine na natureza.
A fé, pelo contrário, assenta num saber. É uma certeza que resulta de um
trabalho, de uma experiência. Assim, aquilo que nós estudámos, experimentámos,
verificámos, em incarnações passadas impõe-se espontaneamente a nós nesta vida
como uma fé inabalável."
Um excelente texto de Omraam Mikhaël
Aïvanhov que nos faz retomar o tema da Fé. Aqui ele explica com exemplos a
diferença que existe entre ter fé ou ter uma crença. E tal como ele refere no
final, as nossas crenças normalmente são baseadas na nossa total ignorância, ou
seja, nós acreditamos em Deus, mas ignoramos por completo a sua existência na
nossa vida e nas leis naturais do Universo com que Ele rege toda a sua criação,
incluindo o Ser Humano.
Assim sendo, o nosso sistema de
crenças é a nossa ilusão. Uma delas é que dispomos da Verdade Absoluta e temos
muita dificuldade em ouvir a aceitar a opinião dos outras, a sua raça, credos e
religiões. Fechamo-nos por completo à possibilidade de até podermos errar
naquilo que acreditamos ser. Na base disto, estão todas as espécies de
fanatismos e radicalismo no Mundo, dos quais o pior de todos é o religioso, que
ainda hoje faz com que se mate outros irmãos em nome de Deus.
Por isso, devemos estar sempre
abertos para ouvir e a sentir em nosso coração a opinião de todos. O simples
facto de nos fecharmos seja a que título for, constitui uma falta grave de
compaixão e uma recusa em aceitar a Divindade do nosso irmão.
Afinal se olharmos para um
denominador comum entre todas as religiões e seitas, que é este simples facto
de sermos todos considerados como filhos de Deus. Se assim é, o estarmos
fechados para ouvirmos os outros corresponde a um verdadeira recusa em ouvir a
divindade que o outro pode expressar, o que corresponde na prática à nossa
recusa em ouvir Deus.
Esta é a grande diferença entre
desenvolvermos a nossa espiritualidade com base na Fé, onde a crença não tem
lugar, contrapondo-se uma verdadeira abertura do Ser no acreditar que tudo é
perfeito em cada momento, no acreditar que todas as vivências e experiências
nesta vida são fontes de conhecimento e evolução se lhes devotar amor e
dedicação, ao acreditar na sua própria Divindade interior e ao confiar e
entregar-se a ela.
Ter fé não é apenas acreditar. É
também confiar e entregar-se a Deus e aos seus desígnios.
Tenha por isso muita Fé e cada vez
menos crenças que lhe causam ilusões.
Deus é Pai/Mãe/Filho em unidade no
Espírito Santo. Ele ama-nos profundamente pois todos nós somos parte D’Ele.
Fiquem bem,
(A Mónada)
Sem comentários:
Enviar um comentário