sábado, 1 de junho de 2013

Ter Fé ou simplesmente Acreditar...



"Confunde-se muitas vezes fé e crença; no entanto, são duas coisas diferentes.

Um homem compra um bilhete da lotaria; ele crê que vai ganhar a taluda e isso enche-o de alegria durante algum tempo, até ao dia em que fica a saber que não ganhou absolutamente nada. Isto é crença. Agora, observemos um químico que quer realizar uma experiência: ele pega nos elementos indicados e, doseando-os nas proporções convenientes, crê que a experiência será bem-sucedida. E é isso que acontece. Neste caso, já não é crença, mas fé.

A crença está baseada na ignorância das leis naturais. Ter uma crença é desejar que o arbitrário reine na natureza. A fé, pelo contrário, assenta num saber. É uma certeza que resulta de um trabalho, de uma experiência. Assim, aquilo que nós estudámos, experimentámos, verificámos, em incarnações passadas impõe-se espontaneamente a nós nesta vida como uma fé inabalável."

Um excelente texto de Omraam Mikhaël Aïvanhov que nos faz retomar o tema da Fé. Aqui ele explica com exemplos a diferença que existe entre ter fé ou ter uma crença. E tal como ele refere no final, as nossas crenças normalmente são baseadas na nossa total ignorância, ou seja, nós acreditamos em Deus, mas ignoramos por completo a sua existência na nossa vida e nas leis naturais do Universo com que Ele rege toda a sua criação, incluindo o Ser Humano.

Assim sendo, o nosso sistema de crenças é a nossa ilusão. Uma delas é que dispomos da Verdade Absoluta e temos muita dificuldade em ouvir a aceitar a opinião dos outras, a sua raça, credos e religiões. Fechamo-nos por completo à possibilidade de até podermos errar naquilo que acreditamos ser. Na base disto, estão todas as espécies de fanatismos e radicalismo no Mundo, dos quais o pior de todos é o religioso, que ainda hoje faz com que se mate outros irmãos em nome de Deus.

Por isso, devemos estar sempre abertos para ouvir e a sentir em nosso coração a opinião de todos. O simples facto de nos fecharmos seja a que título for, constitui uma falta grave de compaixão e uma recusa em aceitar a Divindade do nosso irmão.

Afinal se olharmos para um denominador comum entre todas as religiões e seitas, que é este simples facto de sermos todos considerados como filhos de Deus. Se assim é, o estarmos fechados para ouvirmos os outros corresponde a um verdadeira recusa em ouvir a divindade que o outro pode expressar, o que corresponde na prática à nossa recusa em ouvir Deus.

Esta é a grande diferença entre desenvolvermos a nossa espiritualidade com base na Fé, onde a crença não tem lugar, contrapondo-se uma verdadeira abertura do Ser no acreditar que tudo é perfeito em cada momento, no acreditar que todas as vivências e experiências nesta vida são fontes de conhecimento e evolução se lhes devotar amor e dedicação, ao acreditar na sua própria Divindade interior e ao confiar e entregar-se a ela.

Ter fé não é apenas acreditar. É também confiar e entregar-se a Deus e aos seus desígnios.

Tenha por isso muita Fé e cada vez menos crenças que lhe causam ilusões.

Deus é Pai/Mãe/Filho em unidade no Espírito Santo. Ele ama-nos profundamente pois todos nós somos parte D’Ele.

Fiquem bem,

(A Mónada)

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